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Reclamação

Agentes do SOE em Londrina usam carros improvisados e pagam pela munição, denuncia sindicato

Rafael Machado - Redação Bonde
21 dez 2016 às 10:32

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Batizado como o "grupo de elite" do Departamento de Execução Penal (Depen) do Paraná, o Serviço de Operações Especiais (SOE) foi criado em março de 2015 na gestão de Fernando Francischini na Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). Com o projeto saindo do papel e virando realidade, o objetivo foi reforçar a segurança daqueles que já trabalhavam nos presídios do Paraná, além de desenvolver de contenção de motins e rebeliões e atuação em momentos de crise.

Em Londrina, o SOE ganhou base própria em julho deste ano. Atualmente funciona em dependências separadas da unidade I da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 1) e abriga 32 agentes. O grupo, conforme a Sesp, está na cidade deste outubro do ano passado, mesma data da rebelião na PEL 2, quando os integrantes trabalharam por 72 dias ininterruptos e realizaram mais de 40 operações. Outras 32 delegacias da região também eram atendidas. Dentre os agentes, estava Thiago Borges de Carvalho, 33 anos, executado com um tiro na cabeça após ser vítima de uma emboscada na zona sul de Londrina.

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De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), José Roberto Neves, o rapaz atuava na função há oito anos, mas demonstrou interesse em entrar para o SOE depois que o grupo foi efetivado. "Era considerado pelos companheiros como um agente extremamente dedicado", disse o sindicalista. No entanto, Neves ressaltou que "a realidade do SOE é bem diferente daquilo que muita gente acha". Conforme o Sindarspen, os próprios integrantes do setor especializado estariam comprando munições e pagando pelo treinamento.

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Outra reclamação que o sindicato recebeu foi o acúmulo de serviço nas unidades da região Norte do Estado. "Sem a contratação de pelo menos 800 novos servidores, o próprio SOE precisa suprir essa demanda", comentou Neves, que tinha expectativa de resolução de problemas por parte do Depen, o que, segundo ele, ainda não ocorreu. "Sabemos que a situação pra todo mundo está difícil, mas zelar pela segurança pública é um princípio básico que todo governo deveria priorizar".

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Carros improvisados


O Sindarspen também deve cobrar uma resposta do secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita, sobre as viaturas usadas pelos agentes baleados na saída da revista da PEL 2. Os carros de modelo Logan e cor branca não possuem vidros do tipo insulfilm, dificultando assim a visualização de quem está do lado de fora. Os veículos foram atingidos por vários disparos. Um deles, levado para a unidade do Paraná Seguro (UPS) na avenida Guilherme de Almeida após o atentado, estava com os coletes com grafia do SOE no banco de trás.

"Esses automóveis fazem parte da frota administrativa do Depen. Não há qualquer segurança para o agente que sai de uma penitenciária após realizar um trabalho que nunca agrada os detentos", reiterou Neves.


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