As baixas temperaturas, que facilitam o aparecimento de doenças respiratórias em pessoas saudáveis, podem ser fatais para aqueles diretamente expostos ao frio e à fome. ''Os poucos dias que passei na rua pareceram um ano'', diz José Júlio, 58 anos, recém-chegado à Casa do Bom Samaritano, no Jardim Progresso (zona norte de Londrina).
Como ele, dezenas de pessoas procuram os albergues de Londrina no inverno. Os 160 leitos disponíveis nas três instituições estão ocupados quase todos os dias. Os abrigos municipais são a melhor opção para quem está vivendo na rua ou em locais precários, já que o frio pode ser fatal diante de uma deficiência imunológica.
''A exposição ao frio pode gerar complicações pulmonares, como uma pneumonia, e levar à morte se a pessoa tiver baixa resistência'', explica o pneumologista Denison Noronha Freire.
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O risco é um dos motivos que mantém no albergue, há mais de um ano, o aposentado João Cipriano da Silva, 53. Ele já teve um pulmão retirado e respira com dificuldade. ''Os remédios eu tenho que comprar, mas pelo menos aqui eu fico bem aquecido'', pondera.
A fome é outro fator agravado no inverno, já que a necessidade de aquecer o organismo demanda maiores quantidades de alimento. ''Estamos servindo sopa no almoço, mesmo para quem não é da instituição, porque no frio o pessoal tem mais fome'', avisa a assistente social do SOS, na Vila Nova (área central), Marilza Cardoso Yoshinaga.
O abrigo tem 14 leitos, mas está atendendo 21 pessoas. Segundo a secretária de Assistência Social, Maria Luiza Rizotti, as instituições estão preparadas para o aumento da procura, com colchões e cobertores excedentes.
Os albergues recebem doações arrecadadas pelo Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar). Além de aceitar outras doações de agasalhos, os três abrigos de Londrina pedem que a comunidade colabore doando alimentos não perecíveis.
Serviço - Quem quiser colaborar pode ligar para a Casa do Bom Samaritano (3339-1379); Albergue Noturno (3329-0277) ou SOS (3329-1171)