Londrina

Após calote, ex-alunos aguardam devolução de dinheiro

10 mai 2019 às 16:24

Já faz um ano e meio que pais de 33 ex-estudantes do Colégio Estadual Benjamin Constant, localizado na Vila Portuguesa, mantêm a esperança de um dia serem indenizados do dinheiro investido na formatura do terceiro ano do Ensino Médio, que não foi realizada. Eles culpam um secretário da instituição de ficar com o pagamento dos convites, cada um em torno de R$ 180, e desfazer o contrato com um buffet na rua Paraíba que sediaria a festa.


O grupo também alega que o diretor da escola tinha conhecimento do golpe e nada fez. Os dois servidores foram denunciados no Núcleo Regional de Educação (NRE) de Londrina, que abriu uma sindicância para investigar o caso. Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Educação (Seed) informou que já recebeu o processo, mas ainda aguarda a instauração de uma investigação disciplinar interna.


"É uma revolta grande com a demora dessa apuração. O prejuízo não foi só financeiro, mas principalmente emocional. Imagine planejar uma parte importante da vida, que é a formatura, e não poder participar? Os pais estão frustrados, mas esperam que algo seja feito em prol daqueles que foram lesados", explicou o advogado Miguel El Kadri, que representa as famílias.


Além da denúncia no NRE, ele ingressou com diversas ações cíveis na Justiça de Londrina. Em uma delas, a juíza leiga Ana Caroline Guerra Coppo, em julho do ano passado, disse que "o Estado do Paraná não pode ser responsabilizado por um acordo que foi firmado em âmbito privado. A finalidade pública da escola não compreendia a organização de festas de formaturas". O processo terminou extinto na primeira instância sem que o mérito fosse julgado.


Mas a situação foi revertida em março deste ano no Tribunal de Justiça. De acordo com a decisão da juíza Manuela Tallão Benke, "há provas suficientes tanto contra o diretor e o secretário". A sentença inicial foi anulada e o caso voltou a tramitar.

Em consulta ao Portal da Transparência, a reportagem confirmou que os dois acusados continuam recebendo normalmente os salários, assim como trabalhando no Benjamin Constant.


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