Fiscais da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) de Londrina e Policiais Militares apreenderam nesta quarta-feira a moto de um mototaxista que fazia ponto em uma das ruas centrais da cidade.
A apreensão provocou tumulto e a revolta do proprietário da moto, Everaldo Pegentino Félix da Silva, e de outros mototaxistas e populares que passavam pelo local. Everaldo é presidente da Cooper-Taxi e sua moto estava estacionada em frente a um estacionamento, onde está sediada a cooperativa.
Everaldo reclamou da truculência dos três policiais militares. ''Eles tentaram pôr algemas em mim, não sou bandido, só quero o direito de trabalhar'', reclamou.
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''Enquanto a cidade está cheia de bandidos a PM fica aqui prendendo mototaxistas que trabalham'', manifestou um dos populares que assistiam a cena. Segundo os dois fiscais da CMTU, o motivo da apreensão foi o trabalho irregular fora das centrais, como determina a lei municipal.
Everaldo exibia no bolso do colete a carteira de autorização emitida pela companhia municipal. ''Não trabalhamos irregulares, pagamos todas as taxas e impostos. Se os táxis podem fazer ponto na rua, porque não nos dão o mesmo direito?''.
A liberação da moto, segundo outro diretor da cooperativa, Sebastião Ferreira, depende do pagamento de uma multa de R$ 120,00: ''O problema não é a multa, mas o desrespeito com o trabalhador que paga impostos e ainda é punido''.
O chefe dos fiscais da CMTU, João Arruda, disse que Everaldo terá que pagar o guincho, uma multa de R$ 49,86, mais diárias caso a moto fique retida por dias.
''Se ele fosse clandestino, a multa seria de R$ 1.500. Mas ele realmente é regularizado. O que ele deveria estar fazendo é trabalhar na sede da cooperativa, na Vila Casoni (região central). Fazer ponto na rua é proibido'', argumentou ele.
Segundo Arruda, a fiscalização da CMTU segue normal no centro de Londrina (cerca de 20 agentes trabalham revezados em turnos de seis horas), mas as ações estão sendo mais incisivas. ''Quem foi multado nas últimas semanas, como o Everaldo, e não saiu das ruas, terá a moto apreendida'', afirmou.
Ele negou que esse aquecimento nas ações seja resultado das reivindicações dos mototaxistas das centrais por melhor fiscalização.
''O que acontece é que o movimento no centro (de mototaxistas irregulares) ficou muito grande. Além disso, esses motoqueiros começaram a declarar abertamente que trabalham nas ruas. Decidimos tomar providências'', disse, citando uma reunião realizada pela diretoria da CMTU na tarde de anteontem.
Arruda também negou que tenha havido truculência por parte da PM. ''Ele (Everaldo) é quem foi agressivo, disse que não sairia nem com polícia. É muito complicado uma pessoa assim trabalhar como mototaxista'', afirmou.
Os mototaxistas da cooperativa se reúnem nesta quinta-feira à tarde no gabinete do vereador Henrique Barros, que se aliou ao grupo em defesa da liberação de pontos de mototáxis nas ruas da cidade.