Um disco pode preencher espaços, vidas, fazer dançar, cantar e pensar? Pode e é isso que “Se eu Soubesse Dançar”, novo disco do cantor, compositor e instrumentista Tonho Costa quer fazer ao longo de seis faixas inéditas, todas escritas pelo artista londrinense.
Com o patrocínio do Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Londrina), o disco traz uma pesquisa importante para o reconhecimento do baião como um autêntico gênero da música negra, para além dos outros adjetivos mais comuns relacionados a ele.
No norte do Paraná nasce um disco de música negra nordestina, inspirado pela busca do dono da obra pela sua própria negritude, num processo de reconhecimento enquanto artista e homem negro, sem que isso possa ser dissociado a partir desse ponto da longa carreira.
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Os tempos também pareciam pedir um álbum leve, que pudesse transportar o ouvinte para uma atmosfera de romance e alegria. Foi no forró que o artista encontrou a trilha sonora perfeita, no encontro da dança, da música.
“Nunca fui um frequentador de danças, mas fico vendo o povo dançar e fico admirado, acho tudo muito lindo. Os casais dançando, girando, acho muito lindo e foi assim que surgiu o título do projeto”, revela.
REENCONTRO COM O BAIÃO
Buscando nas memórias, ou nas gavetas, Tonho Costa reencontrou o baião em uma das suas primeiras composições que falava do sofrimento de uma pessoa que sai de sua terra de origem e vai tentar a vida na cidade grande.
Depois, em Universo Quintal, disco de 2011, ‘O Banho’, um baião suave, malandro, que fala de um menino descobrindo coisas lindas da vida. “Em outras gavetas, encontrei outras composições que me levavam pro forró”, conta.
Tudo acontecendo enquanto Costa ia tomando consciência da própria negritude, em um processo de aprendizado que deixa as feridas expostas e faz sangrar o que parecia cicatrizado. Durante as pesquisas na internet, não encontrou nada sobre o baião como música negra.
“Encontramos o coco, o maxixe, outras estruturas rítmicas que foram fundamentais para a formação da música brasileira, inclusive do samba e que aparecem na lista da música negra brasileira. O mesmo não acontece com os ritmos do forró, entre eles o baião, o xote, o xaxado. Como explicar?”, questiona e isso mesmo com Luiz Gonzaga, um homem negro como símbolo do forró.
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