A chamada Ação de Integrada de Fiscalização Urbana (AIFU), trabalho conjunto entre Ministério Público, Prefeitura de Londrina, 5º Batalhão, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e Conselho Tutelar, dentre outros órgãos, teve a sua última edição realizada na última sexta-feira (28). Dos sete estabelecimentos fiscalizados, dois foram lacrados, sendo um na rua Humaitá e outro na Espirito Santo, região central da cidade. Cerca de 500 pessoas foram revistadas, mas ninguém foi preso.
Segundo os organizadores, várias autuações de trânsito foram aplicadas. A fiscalização rendeu duras críticas do presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar), Fábio Aguayo, que repudiou a abordagem feita pelas forças de segurança aos clientes que estavam nos estabelecimentos vistoriados durante a AIFU. "Houve intimidação. Quem estava nos bares se assustou com a forma com que a operação foi concebida", disse.
Aguayo disse ter recebido diversas reclamações dos proprietários, que prometeram rever a situação dos bares lacrados na Justiça. Ele afirmou que "é nessas horas que vemos a necessidade da aprovação do projeto que revê o crime de abuso de autoridade". A proposta foi aprovada no Senado Federal em primeira discussão por 75 votos. Se aprovada em segundo turno, o texto segue para apreciação da Câmara dos Deputados.
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Para o presidente da Abrabar, há consideráveis prejuízos financeiros. "Será que o cliente que estava nos bares lacrados vai voltar a consumir ali, mesmo que o fechamento seja temporário? Para o empresário que luta para manter o seu negócio, é difícil acreditar nessa tese", comentou. Aguayo ressaltou que "questões administrativas" poderiam ser resolvidas durante o dia.
"Por exemplo, essa fiscalização deve ocorrer à noite quando realmente há perturbação do sossego. Excluindo esse tipo de denúncia, muitas pendências podem ser sanadas de uma forma mais tranquila, sem brutalidade e principalmente em outro horário", criticou. Segundo o representante da Abrabar, a culpa pela falta de regularização não "é só dos empresários. É preciso ver a burocracia da prefeitura".
Todas as queixas serão encaminhadas para o Ministério Público, Prefeitura de Londrina e Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). Os advogados dos estabelecimentos fechados durante a AIFU deverão acionar a Justiça no âmbito criminal nos próximos dias. A coordenadora da AIFU, promotora Solange Vicentim, foi procurada para comentar a reação da Abrabar, mas a reportagem foi informada de que ela está de férias.