Depois de atacar duas pessoas nesta semana, um cadela de rua feriu mais uma pedestre durante a manhã desta quarta-feira (31), na Gleba Palhano, zona sul de Londrina. Marta Maria da Costa foi atacada por volta das 8h na rua Takabumi Murata, enquanto caminhava ao lado da irmã. Segundo ela, o animal vive em uma mata próxima e a mordeu sem motivos aparentes.
"Eu estava descendo a rua e nem tinha reparado na cadela. De repente, ela saiu do mato, pegou na minha perna e me mordeu", contou a empregada doméstica, em entrevista ao Portal Bonde. "Ela ainda voltou e tentou me atacar novamente, mas peguei um pedaço de pau e ela correu".
Por causa do ferimento, Marta precisou ser socorrida por um colega de trabalho e foi levada ao Pronto Atendimento Municipal (PAM). "Os médicos deram três pontos na minha perna e houve grande sangramento", contou. "Eles ainda aplicaram uma injeção antirrábica".
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A cadela, segundo os profissionais de saúde, também deve ser observada por um período de cinco dias. Entretanto, como não existe um proprietário responsável, o animal continua abandonado no local.
A reportagem tentou encontrar as autoridades competentes do caso mas, após um intenso jogo de empurra-empurra, o problema continua sem solução.
A Guarda Municipal (GM) afirmou não ter responsabilidade sobre o assunto. O supervisor Chagas, da GM, disse que o órgão não tem equipamentos adequados para fazer o resgate. "Quando recebemos esse tipo de solicitação, fazemos o encaminhamento necessário, ligando para a Vigilância ou para a Sema", disse. Segundo ele, devido à Véspera de Ano Novo, não havia funcionários nas sedes.
A reportagem também não conseguiu contato com representantes da Sema. A Polícia Militar Ambiental - Força Verde, por sua vez, disse ser responsável apenas pelo resgate de animais silvestres e não de domésticos.
A diretora de Vigilância em Saúde, Mara Zanetti, entrou em contato com a reportagem e informou que não há alternativas de ação neste caso. "Só conseguiremos atender esse tipo de ocorrência quando houver um serviço de atendimento de animais na cidade: terceirizado ou pela própria prefeitura", explicou. "Nosso veterinário tem a intenção de trabalhar com isso, mas a questão burocrática e legal nos impede de muita coisa".
Ainda conforme ela, há necessidade urgente da implantação de um Centro de Zoonoses (CCZ). De acordo com as normas do Ministério da Saúde, em cidades com mais de 500 mil habitantes, o centro deve alocar cães, gatos e outros animais de grande porte.
Vale lembrar que, durante a gestão de Barbosa Neto (PDT), houve o anúncio da construção de um CCZ na Fazenda Refúgio. O local, no entanto, nunca foi inaugurado por se tratar de uma área ambiental. Durante o governo Kireeff (PSD), um projeto de construção de uma Unidade de Saúde Animal foi elaborado, mas novamente sem sucesso. A Prefeitura optou, então, por um projeto que visa a castração de animais abandonados para evitar a procriação e iniciar o controle de natalidade.
Enquanto Londrina carece de órgãos competentes para resolver o imbróglio, a população da região fica à mercê de um novo ataque. "Se houver, recomendo que a vítima ligue para o Siate (193) e solicite atendimento médico", finalizou a diretora de Vigilância em Saúde.