Num encontro amistoso mas sem trocas de gentilezas, o presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) conversaram no início da tarde desta quarta-feira.
Eles cogitaram a criação de um comitê para discutir o retorno da tarifa dos atuais R$ 1,60 para o antigo preço, R$ 1,35. Seria uma saída política para o impasse formado em torno do reajuste ocorrido em 1º de junho. Mas mesmo que a iniciativa faça avançar o diálogo, dificilmente o reajuste será desfeito politicamente.
Como o próprio prefeito Nedson Micheleti (PT) já afirmou durante encontro com os estudantes na semana passada, a tarifa foi majorada por uma decisão técnica e não política. O prefeito disse ter plena convicção da correção das planilhas que apontam que as empresas estariam operando em déficit financeiro. A mesma convicção foi demonstrada ontem pelo presidente da CMTU, Wilson Sella, que reafirmou sua confiança nos cálculos.
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Os detalhes da planilha estão sendo analisados pelo Ministério Público. Na próxima semana, deverá ser criada uma comissão na Câmara de Vereadores para analisar a planilha.
O comitê seria formado por representantes dos estudantes, CMTU, Ministério Público, Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) e sociedade civil organizada. Os estudantes também exigiram a participação de representantes das duas empresas que operam o transporte coletivo - uma forma de garantir que não exigirão recompensas posteriores do município caso a tarifa seja rebaixada.
As partes também conversaram sobre as responsabilidades pelos acontecimentos ocorridos no Terminal Urbano no último dia 13 de junho, quando dois ônibus foram depredados e um manifestante foi atropelado.
Sella afirmou que a coordenação de toda a ação foi da Polícia Militar, que em nenhum momento teria usado de truculência. Já os estudantes dizem que a CMTU não controlou a entrada de passageiros do terminal e a PM teria agido de forma violenta.
Sella preferiu abrandar o discurso de que o movimento dos estudantes estaria sendo usado politicamente por outros grupos e declarou que as insinuações teriam partido da imprensa. Depois ponderou que o próprio prefeito pediu a apuração rigorosa dessa possível vinculação.
O representante do DCE, Rafael Morais, o ''Português'', pontuou que essa infiltração não existe e que o ''movimento não está servindo de palanque político para ninguém''.
Após a saída de Sella, os estudantes discutiram o posicionamento a ser tomado em relação a um informativo do Partido de Trabalhadores (PT), do dia 16 de junho, que defende ''a mobilização, mas com responsabilidade'', e critica uma ''parcela do movimento'' e o promotor de Defesa do Consumidor, Miguel Sogayar, por estarem se negando a ouvir e discutir as argumentações que resultaram no reajuste.
A Secretaria de Comunicação do PT argumentou que o informativo era dirigido apenas à militância local, de cerca de 1700 filiados, e que tinha o interesse de informar sobre os acontecimentos envolvendo o transporte coletivo em Londrina.