O Comitê pelo Passe Livre, Redução da Tarifa e Estatização do Transporte Coletivo de Londrina enviou nota à imprensa nesta quarta-feira (7) repudiando o aumento da passagem de ônibus na cidade, R$ 2,65 para R$ 2,95. "Em conluio com os donos das empresas de transporte, o prefeito Alexandre Kireeff autorizou o aumento das passagens, arroxando ainda mais os trabalhadores e a juventude que dependem do transporte público, para encher os bolsos dos capitalistas", acusa o movimento no texto.
O comitê também exige ter acesso à planilha do transporte coletivo solicitada pelo Ministério Público (MP), para analisar "de forma detalhada o documento, que, de acordo com a Comissão Especial de Inquérito (CEI) feita pela Câmara de Vereadores de Londrina em 2009, sempre foi uma peça de ficção elaborada para extorquir os trabalhadores".
Na nota, o movimento também condena a ampliação do passe livre para alunos dos sexto, sétimo, oitavo e nono anos do Ensino Fundamental e também para os que cursam o Ensino Médio. O comitê lembra que a prefeitura vai usar recursos do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotivos (IPVA) para subsidiar a isenção. "(O município) pretende, dessa forma, dividir a juventude que sempre se mobiliza contra o aumento das passagens".
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"O Comitê pelo Passe Livre de Londrina defende o passe livre para todos os estudantes e desempregados, mas combinado com a redução das tarifas e estatização do transporte coletivo sob controle dos trabalhadores e usuários. O que o prefeito está fazendo é subsidiar o lucro capitalista de forma demagógica com o imposto pago pela população. Essa manobra política vem no sentido de dividir a juventude, setor que historicamente se mobiliza contra o aumento da tarifa na cidade", argumenta o movimento na nota.
O movimento informa, ainda, que não deve fazer protestos contra o aumento do valor da tarifa, mas panfletagens e manifestações pacíficas para conscientizar o usuário do serviço.
Outro lado
O prefeito Alexandre Kireeff repudiou as críticas sofridas. Segundo ele, a definição do valor da tarifa do transporte coletivo de Londrina é baseada em cálculos elaborados pelos técnicos da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), observando disposições contidas no contrato de concessão do serviço de transporte coletivo desde 2004, quando ocorreu a licitação do referido serviço. Kireeff acrescentou, ainda, que a orientação é que sejam atendidos os aspectos técnicos e legais do exercício de cálculo da tarifa.
Dias atrás, Kireeff encaminhou solicitação à Controladoria Geral do Município para análise detalhada dos cálculos para o reajuste. Quanto ao benefício do Passe Livre aos estudantes, o prefeito esclareceu que tal iniciativa faz parte dos compromissos de campanha, não se tratando, em hipótese alguma, de estratégia política para dividir o movimento estudantil.
Quanto às formas de viabilizar o Passe Livre, ele disse que estão sendo aplicados os mecanismos compatíveis com a legalidade e, ao mesmo tempo, amparados por projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal de Londrina.
O prefeito acrescentou que, segundo a CMTU, a planilha referente a custos do transporte coletivo encontra-se no site da Companhia, disponível a todos os interessados.
(Atualizado às 19h04)