Uma missa em sufrágio do papa Francisco foi celebrada na Catedral de Londrina, às 12h desta terça-feira (22). Em entrevista à FOLHA antes da celebração, Dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina, afirmou que esse é um momento de luto para a Igreja Católica, em razão do falecimento, que ocorreu na segunda-feira (21). Ele ressaltou que Francisco governou em momentos difíceis, como durante a pandemia de Covid, as guerras e as questões migratórias espalhadas pelo mundo, mas também esteve à frente de ocasiões importantes para a Igreja Católica, como a Reforma da Cúria Romana.
“Foi uma coisa quase inédita porque em lugares onde, tradicionalmente, nós tínhamos cardeais, homens, celibatários, hoje estão mulheres”, aponta, citando também a nomeação de pessoas leigas para cargos dentro da igreja. Dom Geremias conta que se encontrou três vezes com o papa Francisco.
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Ao mesmo tempo que existe o luto, também há a maturidade para compreender a finitude da vida, em que uma doença pode levar qualquer humano à morte. “Chega um momento em que a vida não é mais possível”, explica o arcebispo. Junto a isso, Steinmetz também aponta a esperança e o que vem pela frente, como a escolha do novo pontífice durante o conclave.
Na visão do arcebispo, esse primeiro momento serve para os cardeais se ouvirem, entenderem melhor o que significa a catolicidade da igreja em todas as realidades em que ela está inserida, independente do país ou da religião predominante. Segundo ele, papa Francisco foi responsável por ampliar o conceito de catolicidade, nomeando cardeais em países pequenos, por exemplo. “Hoje a catolicidade é muito mais representativa no cardinalato do que antes”, reforça.
FUTURO PAPA
Durante as reuniões, cada cardeal apresenta a sua realidade, de acordo com o local em que vivem, o que serve como base para a construção do perfil e das características que o novo papa precisa ter para assumir o cargo. Para Steinmetz, o futuro papa precisa seguir com a característica do diálogo e continuar com as reformas dentro da igreja e com a sinodalidade, que envolve a união de todos os povos nas decisões envolvendo a missão da igreja.
Além disso, o religioso aponta a necessidade de um papa que continue tendo um alcance cultural como Francisco, envolvendo toda a sua jornada dentro da igreja, desde o momento da ordenação como padre.
“E, claro, aberto ao mundo, que continue visitando as periferias”, destaca. A justiça social e a luta em prol dos pobres sempre esteve entre as principais missões de vida de Francisco. Isso vem de encontro a uma das missões de um papa: a de rei, o que envolve estar junto e a serviço da comunidade.
O pesar de pessoas de outras religiões e até mesmo de quem não tem uma também marca o poder do diálogo inter-religioso do papa Francisco. Segundo Dom Geremias Steinmetz, esse apreço das pessoas vem da sua vocação humana e do seu amor.
Para os fieis, a oração é o principal neste momento, tanto para Francisco quanto para o próximo papa. “A minha esperança é de que o futuro papa virá com novas propostas, novas visões, novas formas de análise e novas formas de ver a realidade”, afirma.
Leia a reportagem completa na Folha de Londrina:
