Comprimidos de ecstasy, vidros de lança-perfume e LSD apreendidos com estudantes em uma festa ''rave'' no mês passado, em Londrina. Seis estudantes universitários presos no 2º Distrito Policial da cidade suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas, dois deles já condenados.
O noticiário de Londrina não deixa dúvidas: as drogas fazem parte do cotidiano dos universitários da cidade. Apesar disso, não se sabe quanto e como as drogas estão presentes em suas vidas.
Mesmo com quatro universidades e outras seis instituições de ensino superior, e uma comunidade de mais de 28 mil estudantes universitários na cidade, não há levantamentos sobre o número de alunos usuários de drogas ou estatísticas sobre as preferências entre as drogas lícitas, cigarro e álcool, e ilícitas, maconha, cocaína, ecstasy, crack e outras. O que se sabe é que há consumo e, muitas vezes, dentro das próprias universidades.
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Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), que tem cerca de 13,5 mil estudantes de graduação e 4,6 mil na pós-graduação, não é difícil constatar o uso de maconha no campus.
Segundo a diretora do Núcleo de Bem Estar da Comunidade (Nubec), Jolinda de Moraes Alves, ''há indicativos'' do uso de outras drogas, além de maconha, na UEL.
Entre esses indicativos ela cita comportamentos alterados, atendimentos de emergência (casos de síndrome de abstinência, por exemplo) no Nubec, que são encaminhados para o Hospital Universitário (HU), denúncias de professores e chefes de centros, e relatos de vigias, que frequentemente encontram pontas de cigarro de maconha próximo ao RU e à capela.
As prisões de estudantes universitários por suspeita de tráfico também fazem supor que existem pontos de tráfico dentro do campus. ''Não dá para dizer que tem ponto de tráfico na UEL, não há nada constatado, há indicativos de uso de droga e a Reitoria está preocupada com isso'', disse Jolinda.
A preocupação de envolvimento dos estudantes com drogas já levou a UEL a estudar a implantação de um serviço de atendimento para dependentes químicos, o que deverá levar a uma pesquisa sobre o número de usuários.
Jolinda explicou que é necessário primeiro estruturar esse serviço, antes de fazer a abordagem de usuários. ''A abordagem tem que ser feita por pessoas especializadas. O uso de drogas é um problema grave, sério, e a reitora (Lygia Pupatto) já determinou uma comissão para estudar a implantação do serviço. Até o final do ano deverá haver pelo menos uma proposta elaborada'', afirmou. Segundo ela, além do trabalho de atendimento, também deverá ser viabilizado um trabalho de prevenção ao uso de drogas.
No Centro Universitário Filadélfia (Unifil), com cerca de 3,2 mil estudantes de graduação, não há programa para atendimento de dependentes químicos. A Universidade Norte do Paraná (Unopar), que tem cerca de 11,3 mil alunos na graduação e cerca de 1,2 mil na pós-graduação, também foi procurada, mas não quis se manifestar sobre o assunto.