Mudanças nas regras para oferta do passe livre a estudantes de Londrina estão provocando longas filas de espera nas lojas de crédito das empresas de transporte coletivo que operam na cidade. Ao contrário de anos anteriores, quando o cadastramento estava disponível já no início de janeiro, o atendimento só começou no dia 26 de janeiro por orientação da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização. A CMTU passou por mudanças administrativas inerentes à troca de prefeito e atrasou a liberação do cadastro.
Além disso, a distância mínima entre a casa e a escola do aluno exigida para garantir o benefício aumentou de mil para 1,5 mil metros e o comprovante de residência exigido tem que estar necessariamente no nome do aluno, cônjuge, pai ou mãe do beneficiado ou ainda de seu responsável legal. De acordo com a regra anterior, apenas uma declaração do titular do comprovante de endereço atestando que o estudante mora no local era suficiente. Conforme funcionários da loja de atendimento da Rua Quintino Bocaiuva, que concentra o cadastramento de estudantes que vão requerer o benefício pela primeira vez, por falta de informações muita gente está tendo que enfrentar a fila duas vezes.
O atendimento aos estudantes do ensino básico e superior vai até 31 de março. Quem vai tirar o documento pela primeira vez deve obrigatoriamente comparecer à loja localizada na Rua Quintino Bocaiuva, 351. A renovação pode ser feita no Shopping Royal Plaza, no Terminal Central ou no Supermercado Super Muffato da Avenida Duque de Caxias. Apenas estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL) seguirão cronograma diferente, de 10 de abril a 31 de maio, por causa do calendário diferenciado da instituição. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, mas neste sábado (18) haverá um plantão na loja da Quintino das 8 às 12 horas.
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Diante do grande número de interessados, a espera para concluir o cadastro pode durar até seis horas. Na manhã de terça-feira (14), a diarista Lucivani Dias acompanhava a filha Ana Clara na segunda tentativa de fazer o cadastramento. Na fila há três horas, elas – que moram na zona norte - ainda não tinham conseguido entrar no prédio para pegar a senha que garante o atendimento. "Viemos semana passada e não conseguimos finalizar. Hoje vou ficar até conseguir", afirmou a mãe, que perdeu dois dias de trabalho. "O que está perdido eu não recupero mais. O problema é que precisamos da carteirinha para ela começar a frequentar as aulas. Não temos dinheiro para pagar o ônibus", lamentou.
Para Lucivani, a espera de horas na fila gera um sentimento de "humilhação". "Eles pedem documentos complicados mesmo para estudantes que já tiraram usaram o benefício em anos anteriores. É uma complicação", criticou.
O técnico em refrigeração Roberto Mendes Carvalho também perdeu horas de trabalho para conseguir cadastrar a filha Lorena para uso do passe livre. Com o documento em mãos por volta das 10 horas de terça-feira, ele contou que precisou chegar na loja às 6h20. "Tirando a longa espera, deu tudo certo", comemorou, destacando que uma solução seria instalar polos de atendimento em todas as regiões da cidade. "Evitaria a concentração de usuários no Centro", acredita.
A reportagem telefonou para o gerente de Transportes da CMTU, Wilson de Jesus, mas ele não atendeu as ligações.