O ex-guarda municipal Ricardo Leandro Felippe, que matou três pessoas e feriu outras três em abril de 2017, passou por exame de sanidade mental na tarde desta segunda-feira (26), no Instituto Médico-Legal (IML) de Londrina. O exame estava marcado inicialmente para 30 de abril, no entanto, foi antecipado por determinação juíza da 6ª Vara Criminal, Zilda Romero.
Ricardo estava acompanhado pela ex-mulher Vivian de Souza Garcia e por um de seus advogados, Fabrício Almeida Carraro. O ex-guarda municipal foi liberado por volta das 16h.
A direção do IML afirmou que não poderia falar sobre o exame alegando que o caso está em segredo de justiça. Mas informou que o psiquiatra, que também é legista, fez o exame, vai terminar o quanto antes e encaminhará os resultados à Justiça.
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No entanto, o advogado Marcelo Aparecido Camargo, que representa a família de Rachel Espinosa, afirmou que não está em segredo de justiça. "O médico vai confeccionar o laudo agora e depois ele junta ao processo, mas ele não estabeleceu prazo. Então, teremos que aguardar."
A defesa de Ricardo explicou que os exames não costumam sair no mesmo dia e também está aguardando informações sobre os resultados.
Sobre os resultados do exame, a família de Rachel e o advogado Marcelo Camargo esperam a confirmação do primeiro laudo psiquiátrico realizado pelo complexo médico penal, o qual confirmou que ele não tem nenhum problema.
"Não temos dúvidas que ele tem plena consciência de todos os atos. Acredito que não teremos surpresas quanto ao resultado", ressalta Rachel em entrevista à reportagem.
Este primeiro laudo foi registrado em 2 de junho, após o guarda ter passado aproximadamente um mês no Complexo Médico-Penal, localizado em Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba).
O crime
Duas pessoas foram assassinadas e outras três ficaram feridas pelo guarda municipal Ricardo Leandro Felippe, no dia 3 de abril, em Londrina. Os crimes aconteceram em momentos diferentes. Uma terceira pessoa morreu posteriormente, após internamento hospitalar.
No período da tarde de 3 de abril, o guarda matou Ana Regina do Nascimento Ferreira, 34 anos, sócia de uma ex-namorada, na Rua Santiago, no Jardim Guanabara, zona sul da cidade. Foram três disparos de pistola, conforme a perícia do Instituto de Criminalística de Londrina (ICL). (O vídeo abaixo mostra o momento em que o guarda invadiu o local onde cometeu o primeiro homicídio.)
O guarda fugiu com o carro da primeira vítima, um Ônix de cor branca, rumo à Avenida Higienópolis. Depois, ele teria deixado o veículo no Jardim Shangri-lá, na zona oeste, e roubado um Honda Fit, que deixou posteriormente no Jardim Leonor, onde atirou contra quatro pessoas da família de outra ex-namorada. O filho dela, de 17 anos, morreu no local. O pai dela, Valdir Siena, de 58 anos, morreu após uma semana do crime, no Hospital Evangélico de Londrina.
O guarda foi preso um dia após os crimes, em Maracaí, no interior de São Paulo.
Ricardo Felippe foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), nos dias 24 e 27 de abril, por 12 fatos criminosos. Na ocasião, o delegado de Homicídios de Londrina, Manoel Pelisson, concluiu que o que motivou o guarda a cometer os crimes foi saber de denúncias de agressão formalizadas pelas duas ex-namoradas.
Demissão
A Corregedoria da Guarda Municipal optou por sugerir a demissão de Ricardo Felippe ao prefeito Marcelo Belinati (PP). O secretário de Defesa Social, Evaristo Kuceki, ressaltou que a medida foi tomada pela gravidade das acusações. Logo após ser detido no interior de São Paulo, o acusado deixou de receber os salários.
(Com informações do repórter Celso Felizardo do Grupo Folha)