Três investigadores da Polícia Civil lotados em Londrina foram derrotados em ações movidas contra o Estado do Paraná no 4º Juizado Especial Cível. Os servidores pediam indenizações por danos morais provocados por coletes balísticos que ultrapassaram a data de vencimento e mesmo assim estavam sendo usados pelos policiais civis. A juíza Dhebora Leticia Lopes Maldonado julgou o pedido como "improcedente". O caso pode ser levado para análise em segunda instância.
Os investigadores alegaram que os coletes até então fornecidos estavam vencidos há mais de onze meses, o que "expõe o risco de morte em consequência da omissão do Estado em substituir o equipamento de proteção", o que só ocorreu no dia 27 de outubro de 2016. Como defesa, o governo alegou que "a demora para a entrega se deu por motivos burocráticos e não por omissão", apontando que "mesmo vencido, o colete não perdia a sua eficácia".
A Justiça questionou o argumento apresentado pelos policiais civis do suposto dano provocado pelas condições dos coletes. A magistrada disse que "o resultado danoso não ficou demonstrado no presente caso porque o demandante não foi afetado". De acordo com a decisão, o Estado fica isento de indenização porque a situação narrada nos autos "não é capaz de, por si sí, ensejar o abalo passível de compensação".
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O impasse entre policiais e o governo em relação aos equipamentos vencidos surgiu há quase um ano. Em março do ano passado, o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol), João Ricardo Noronha, declarou, em entrevista ao Portal Bonde, que "70% dos servidores da Polícia Civil, incluindo os delegados, estavam com os coletes em péssimas condições".
O imbróglio ainda iria se arrastar pelos meses seguintes. Em agosto, o grupo de policiais civis que pretendia entregar os coletes vencidos ao então delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial de Londrina, Sebastião Ramos dos Santos Neto, tiveram que organizar caravanas para Curitiba. Eles foram informados de que a devolução só poderia ser feita na sede da Divisão Policial do Interior (DPI), que fica na capital.