Mãe nunca morre. Apesar de ser um ditado antigo, é fato dizer que mãe nunca morre quando ela permanece viva no coração de filhos e netos. Neste domingo (11) é celebrado o Dia das Mães e muitos aproveitaram a data para ir até o Cemitério São Pedro, no centro de Londrina, para reviver as memórias, o carinho e o amor de suas mães. Com flores, velas e orações, o momento é de proximidade com aquelas mães que já faleceram e de gratidão pelo amor compartilhado em vida.
Paulo Rossetto, 78, é aposentado e comerciante e sempre visita o túmulo da mãe, falecida há 26 anos. O sentimento, para ele, é o de aproximação. “Eu sei que ela está me esperando”, conta, citando a relação que apenas mães e filhos podem compreender. A relação entre os dois, construída ao longo de 53 anos, foi de muito amor e de muito ensinamento, principalmente o da religiosidade e o da fé. “Nós rezávamos o terço todos os dias”, relembra.
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Com o rosário nas mãos e um amor que ultrapassa as barreiras físicas, ele reza o terço junto à mãe, coloca flores e acende uma vela. “E eu não venho aqui com tristeza, mas com alegria porque eu sei que ela está melhor do que eu”, afirma. A hora do café era o momento em que mãe e filho rezavam o terço. A missa aos domingos também era um compromisso sagrado e uma tradição que se mantém até hoje. “Ela me ensinou o verdadeiro amor”, admite, emocionado.
A farmacêutica Isabela Andrade, 29, estava no cemitério logo pela manhã para visitar o túmulo da avó, com quem morou junto por cinco anos durante a graduação. Ela explica que a avó, falecida há três anos, era uma pessoa muito especial e que construíram uma relação de cumplicidade muito grande no tempo em que viveram juntas. “Esse é um momento de gratidão e de alegria porque eu acredito que ela esteja bem, em um lugar melhor ao lado de Deus”, afirma. Para ela, o cemitério é um lugar de paz e de reflexão, já que, um dia, vai ser a morada de todos.
Nos corredores do Cemitério São Pedro, alguns acendiam uma vela e colocavam delicadamente os vasos de flores próximos às lápides, como uma forma de carinho pelos anos compartilhados e por uma saudade que é eterna e que o tempo nunca vai apagar. “O cemitério é um lugar para revermos nossos conceitos”, aponta a aposentada Tânia Gil, 61, explicando que “ninguém é nada” e que o futuro de todos está ali: “é um lugar de muito paz, de silêncio e de repouso”.
O túmulo é compartilhado entre a mãe de Gil, falecida em 2023, e o pai, sepultado em 2002. Ao longo das duas décadas, ela percebeu que a tradição de ir até o cemitério visitar um ente falecido vem se perdendo com o tempo, assim como a fé e a religiosidade, em que ano após ano menos pessoas frequentam as igrejas. “As pessoas ficam muito na correria do dia a dia e se esquecem da fé e desse momento de oração que é necessário ter”, lamenta.
O casal de aposentados Sueli Brigueto, 57, e Leandro Cesar Brigueto, 61, afirma que a tradição de ir até o cemitério em datas como o Dia das Mães, dos Pais e de Finados vem das memórias vividas com aqueles que, hoje, estão enterrados ali. A saudade vem daqueles que já foram, mas também daqueles que estão a algumas centenas de quilômetros de distância, já que a filha do casal mora em Salvador, na Bahia. “O coração fica apertado”, conta, ressaltando que a filha esteve na cidade para a Páscoa.
“É gratidão por todas as vivências. Mãe é mãe, nada substitui a mãe”, afirma o casal.
Expectativa boa
Em frente ao Cemitério São Pedro, feirantes aproveitavam a data para comercializar flores e velas. Esse é o caso de Eduardo Gomes, 38, que levou 200 vasos para vender, o que costuma acabar antes do término da feira, às 12h. Por volta das 9h, o movimento ainda era fraco, sendo que a expectativa sobe a partir das 10h, quando o público aumenta. “O pessoal tende a sair de casa quando o sol esquenta”, comenta.
Para as vendas, o Dia de Finados ainda é melhor, já que vende entre 800 e 1 mil vasos. Das mais variadas cores, os crisântemos e as margaridas são as que mais saem.