Dezenas de idosos da zona norte de Londrina participaram de uma palestra na manhã desta sexta-feira (30) no CCI (Centro de Convivência do Idoso) sobre como ficar alerta com os golpes e evitar uma dor de cabeça e um prejuízo no bolso. A conversa foi conduzida pela Guarda Escolar, da GM (Guarda Municipal), e trouxe exemplos práticos de alguns dos golpes mais comuns. Durante o encontro, os idosos tiraram dúvidas e relataram casos e tentativas de golpe que sofreram.
A guarda municipal Roselaine dos Santos explica que o objetivo da palestra foi apresentar alguns dos golpes mais comuns, como do falso parente, do falso funcionário de banco e até mesmo do bilhete premiado que, mesmo antigo, continua fazendo vítimas. Segundo ela, os golpistas vêm criando armadilhas para enganar as vítimas a todo momento, ainda mais em tempo de redes sociais.
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Ela detalha que é fundamental ficar em alerta quando um produto é anunciado por um preço muito abaixo do praticado no mercado, exemplificando o caso de um idoso que quase foi vítima durante a compra de uma furadeira.
Ao clicar em um link de uma loja conhecida, ele foi redirecionado para uma página falsa que gerou o boleto de pagamento. Por sorte, a filha suspeitou e evitou que o pior acontecesse. Na loja verdadeira, o produto custava mais de R$ 1 mil; na falsa, o mesmo item era vendido a R$ 129. “Pessoas se aproveitam da vulnerabilidade deles, da fragilidade, para aplicar golpes, tirar dinheiro e trazer um prejuízo financeiro para eles”.
Treinados para aplicar golpes
Na maioria das vezes, os criminosos são treinados para aplicar os golpes, já que utilizam discursos convincentes e se mostram muito prestativos. “A gente tem que estar atento às variações de golpes, já que eles se renovam a todo tempo e a todo momento”, aponta.
Além disso, muitos golpes vêm acompanhados de uma pressão e até mesmo de uma ameaça, em que o suposto desconto, por exemplo, só vai ser aplicado se o pagamento for feito no dia.
E foi com esse tipo de discurso que a aposentada Leonice Torres, 73, caiu há pouco tempo em um golpe que causou um prejuízo de mais de R$ 640. Ela explica que recebeu uma ligação de um suposto funcionário da Caixa Econômica Federal dizendo que tinha uma possibilidade de renegociação de uma dívida, mas que o desconto só seria aplicado se ela fizesse o pagamento do boleto no dia.
Animada com a possibilidade de quitar a dívida, ela pagou o valor. Tempo depois, foi até uma agência para perguntar se o pagamento tinha sido confirmado e descobriu que tinha sido vítima do golpe. “Aí eu tive que pagar de novo a dívida”, lamenta.
E essa não foi a única tentativa, já que há poucos dias recebeu uma mensagem de um telefone desconhecido dizendo ser o filho. A justificativa foi que o telefone antigo estava quebrado. Na sequência, o criminoso perguntou se ela poderia emprestar R$ 3,8 mil para pagar uma conta. Suspeitando de que não fosse o filho, já que ele nunca pede dinheiro, ela ligou para um outro filho, que confirmou o golpe.
'Procure saber se é verdade'
Roselaine dos Santos aponta que os bancos não entram em contato por telefone ou por mensagem, sendo que a recomendação é ir até uma agência e conversar com os funcionários identificados da instituição. “Perca um pouquinho de tempo, mas procure saber se é verdade ou não”, reforça.
Apesar de os golpistas abusarem, muitas vezes, da ingenuidade dos idosos, a guarda municipal reforça que qualquer pessoa pode ser vítima de um golpe. “Aquela famosa sensação de vantagem induz a gente a cair nesses golpes”, ressalta.
Durante a fala, a agente de segurança também citou um caso relacionado ao golpe do falso romance, em que os golpistas utilizam perfis falsos nas redes sociais para enganar os idosos. Segundo ela, uma idosa supostamente estaria vivendo um romance com o ator Cauã Reymond. “As pessoas se aproveitam da carência e induzem a vítima a viver um romance que não existe e, posteriormente, acabam pegando dinheiro das vítimas”, pontua, ressaltando que é fácil para os golpistas mentirem quando estão atrás da tela de um celular ou do computador.
Vergonha ou constrangimento
Santos aponta que muitos idosos escondem que foram vítimas de um golpe por vergonha ou constrangimento, mas ela explica que é fundamental falar com algum familiar e procurar uma delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência para que os criminosos sejam identificados e punidos.
Leony Leite, 69, também sofreu uma tentativa de golpe há poucos dias. Ela conta que o criminoso ligou afirmando ser a filha e pedindo pouco mais de R$ 800 para pagar uma conta urgente. O golpista teria dito que o telefone antigo estava quebrado.
Segundo a aposentada, a voz era muito parecida com a da filha. “Eu falei que ia contar para ver se tinha o dinheiro, mas liguei para a filha e ela disse que era golpe”, relata, complementando que bloqueou o número do golpista na sequência.
Para ela, a palestra foi muito importante para esclarecer os diferentes tipos de golpe e como ficar atenta para evitar uma dor de cabeça ainda maior. “A gente tem que ficar bem atento hoje em dia”, afirma.
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