A área da saúde brasileira relacionada à demência teve um progresso significativo com a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), na última segunda-feira (22), do primeiro medicamento para tratar o Alzheimer em estágio inicial.
O princípio ativo donanemabe do remédio Kisunla atrasa a progressão da doença para o estágio moderado, mantendo a autonomia do paciente por mais tempo. A aplicação é feita por meio de infusão intravenosa, em doses mensais por até 18 meses.
Elaine Mateus, londrinense presidente da Febraz (Federação Brasileira das Associações de Alzheimer), afirmou que o tratamento não significa a cura da doença, mas torna o processo mais lento. A aprovação é celebrada pela entidade, com expectativa de que “muitas oportunidades novas se abram na área das demências. Estamos pensando em diagnósticos dados em tempo oportuno, nos estágios iniciais da doença. É uma esperança e um avanço na ciência muito importante”. A instituição atua em nível global, representando o Brasil junto à ADI (Alzheimer’s Disease International).
Leia mais:

Mobilização em Londrina chama atenção para a violência sexual infantojuvenil

CMTU promove alterações em 16 linhas do transporte coletivo de Londrina

Artesã de Londrina critica sensacionalismo em cima de bebês reborn

Londrina: Governo do Paraná inaugura escritório de inovação na sede do IDR-PR
TERAPIAS DE ESTIMULAÇÃO
Mateus integra a diretoria do Instituto Não Me Esqueças, localizado no centro de Londrina. A associação oferece serviços de cuidado e apoio a pessoas com comprometimento cognitivo leve ou demência em estágio inicial ou moderado, além de seus familiares.
Cerca de 120 pacientes fazem terapias de intervenção no espaço, sempre acompanhados de um parente ou cuidador. O objetivo é estimular a participação social, fortalecer vínculos e manter as funções cognitivas pelo maior tempo possível. As atividades incluem a oficina CAPAz, o projeto MusicalMente, grupos de apoio a familiares e palestras com profissionais da área da saúde.
“São oficinas que trabalham com música, jogos, escrita, desenho. Chamamos de terapia de reminiscência, um trabalho de recuperar histórias de vida. Trabalhamos com terapia de validação, um processo de psicoeducação do familiar para entender o que significa uma pessoa nessa condição, as novas demandas que a doença traz e a organização da rotina dessa família”, explicou Mateus.
As atividades são realizadas por uma equipe de fisioterapeutas, psicóloga, psicopedagoga e musicoterapeuta. A profissional reforçou que o tratamento não é de reabilitação, visto que “a doença não estaciona e não recupera”, mas garante mais qualidade de vida considerando as limitações dos afetados.
“Você vê pessoas que estão conosco há algum tempo com uma preservação muito significativa das suas funções, que o desenvolvimento da doença para elas é, possivelmente, mais lento do que se não estivessem aqui”, contou. O processo para os acompanhantes também é “muito terapêutico”, visto que encontram na entidade outras pessoas que vivem as mesmas experiências, “compartilhando suas alegrias e dores e criando quase que uma nova família”.
Leia a reportagem completa na Folha de Londrina:
