O calçadão pode voltar a ter quiosques em breve. Pelo menos é o que garante o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul). A proposta, que prevê o retorno das estruturas, será embasada por uma pesquisa realizada pelo órgão municipal junto ao londrinense. Foram entrevistadas 822 pessoas e 68% delas se mostraram favoráveis à volta dos quiosques. A grande maioria dos pesquisados (95%) pede o retorno de lanchonetes, bancas de revistas e floriculturas.
O centro de Londrina contou com quiosques até o ano de 2010, quando o então prefeito Barbosa Neto (PDT) determinou a demolição de todas as estruturas. Os pequenos estabelecimentos comerciais foram removidos durante processo de revitalização do calçadão. Não sobrou um para contar história. Os comerciantes que tiveram condições transferiram os pontos para imóveis alugados, em prédios da área central. A grande maioria, no entanto, precisou se reinventar para continuar trabalhando. Alguns levaram os comércios para os bairros. Outros abandonaram a profissão.
O diretor de Projetos do Ippul, Humberto Leal, contou que o instituto fez a pesquisa a pedido do prefeito Alexandre Kireeff (PSD). "A enquete faz parte do nosso primeiro passo para a volta dos quiosques", destacou. Ele adiantou que a proposta ainda não foi consolidada. "Estamos abertos para sugestões. Queremos conversar com os representantes do comércio, juntar o nosso conhecimento sobre urbanismo e arquitetura à experiência de entidades como a Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina)", afirmou.
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Pela proposta inicial do Ippul, o calçadão pode voltar a ter oito quiosques: uma banca de revistas e uma floricultura entre as ruas Professor Hugo Cabral e Pernambuco; uma floricultura e um café nas proximidades da rua Professor João Cândido; e uma banca de revistas e duas lanchonetes entre a avenida Rio de Janeiro e a rua Senador Souza Naves.
O projeto do Ippul deve ganhar corpo só no próximo mês. "Estamos sobrecarregados até o início de março com os projetos do BRT (Bus Rapid Transit)", justificou.
Enquete
A enquete do Ippul mostra, ainda, que 70% dos entrevistados lembraram dos quiosques como instrumento de praticidade e lazer. Já os que se mostraram contra as estruturas reclamaram do barulho excessivo, da poluição visual e da obstrução de circulação de pessoas.
O levantamento foi realizado em três horários diferentes (manhã, hora do almoço e fim da tarde) e em quatro pontos da área central (três trechos do calçadão e no Bosque Central). Do total de entrevistados, apenas 21% são moradores da área central. Os outros 79% estavam de passagem ou trabalhavam no centro.