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Dengue hemorrágica

MP vai investigar a morte de auxiliar de enfermagem

Redação - Folha de Londrina
03 abr 2003 às 09:27

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O promotor de Defesa dos Direitos e Garantias Constitucionais e da Saúde Pública, Paulo César Vieira Tavares, pede nesta quinta-feira à Unidade Básica de Saúde do Parque das Indústria Pesada (zona sul) e ao Hospital Zona Sul os prontuários da auxiliar de enfermagem Isabel Cristina Fidelix Ramos, 29 anos, a primeira pessoa a morrer por consequência da dengue hemorrágica em Londrina, na última sexta-feira.

Tavares ouviu ontem a irmã de Isabel, a também auxiliar de enfermagem Cláudia Fidelix Ramos Martins, e vai instaurar um procedimento administrativo para investigar o diagnóstico dos quatro médicos e o tratamento a qual Isabel foi submetida antes de falecer.

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O depoimento, ocorrido à tarde, durou cerca de meia hora. Nele, Cláudia contou com detalhes tudo o que ocorreu com a irmã desde o domingo dia 23, quando surgiram os primeiros sintomas da doença.

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Segundo a auxiliar de enfermagem, um total de quatro médicos examinaram a paciente durante os seis dias de enfermidade. Apenas o último, que examinou Isabel pouco antes do óbito, pareceu ciente da gravidade da situação.

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O promotor Paulo Tavares pretende ouvir, nos próximos dias, os médicos, enfermeiros e servidores envolvidos no atendimento, diagnóstico e tratamento de Isabel. Mas garante que as informações repassadas por Cláudia são mais que suficientes para iniciar uma investigação.


''Inicialmente, a responsabilidade é do município e do Estado, já que eles é que disponibilizam o serviço de saúde que atendeu a Isabel'', lembra o promotor.
Ele diz que, de início, a situação pode resultar em uma ação de indenização por danos morais. ''Só depois de aprofundadas as investigações poderemos dizer se existe responsabilidade criminal dos profissionais que examinaram Isabel'', ressaltou.

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Cláudia foi à audiência acompanhada do marido e de Edson Cunha, coordenador do conselho de Saúde do Parque das Indústrias.


Mostrando-se ainda muito abalada, a irmã de Isabel, que trabalha no posto de Saúde da Vila Casoni (área central), reiterou que houve negligência médica. ''Eu sei que está difícil de trabalhar, os postos e hospitais estão lidando como podem com a epidemia, mas isso não justifica o que ocorreu com minha irmã'', desabafou.


''Uma morte pode até ser pouco se você faz uma estatística da doença, mas para quem perde um ente querido, estatística não vale nada''.
O médico Gilberto Martin, diretor da 17 Regional de Saúde, disse ontem que será aberto um inquérito administrativo, para avaliar a conduta dos profissionais envolvidos no atendimento de Isabel no Hospital Zona Sul, mantido pelo governo estadual. '

'Todas as medidas administrativas que tínhamos que tomar já tinham sido tomadas'', afirmou. ''Não podemos admitir atendimento indevido de um paciente que apresenta sintomas de dengue hemorrágica''. Segunda-feira, a regional repetirá o treinamento para a epidemia de dengue com todos os médicos do hospital


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