O diálogo entre Ministério Público e nova gestão da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) sobre como adequar a remuneração das sete cooperativas de trabalhadores que operam o sistema de coleta de resíduos recicláveis domiciliar em Londrina está avançando em direção a uma proposta construída por um grupo de pesquisadores voluntários de diferentes áreas do ambiente universitário.
Elaborado em 2023 por um grupo de trabalho criado pelo Ministério Público e com participação ativa do Ninter/UEL (Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Resíduos da Universidade Estadual de Londrina) - composto por técnicos da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e de membros da Cáritas Arquidiocesana que tem contato direto com os recicladores , o modelo utiliza indicadores de impacto social, econômico e a capacidade de autogestão das cooperativas para medir o desempenho do serviço.
A pontuação é distribuída a cada seis meses e as cooperativas são avaliadas a partir de um conjunto de 18 indicadores, que abrange nível de renda, pagamento de benefícios, esforço de capacitação, índice de rotatividade das equipes, gestão das sobras de receita, valor das vendas, produtividade, condições de trabalho, idade dos veículos coletores e alternância nos cargos diretivos.
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Os cálculos são complexos e a proposta é recheada de tabelas, mas a professora Lilian Aligleri, coordenadora do Ninter, tem paciência e clareza típicas de uma pesquisadora que também se dedica ao magistério no Departamento de Administração para explicar todos os detalhes.
A verdade, porém, é que dar transparência às fórmulas de avaliação do sistema de coleta, armazenagem, triagem e comercialização de materiais que um dia foi chamado de “lixo que não é lixo” é um espécie de desafio derradeiro na reconstrução de uma engrenagem outrora premiada e hoje em busca de um choque de eficiência para reviver seus melhores tempos.
Para o Ninter, o trabalho intenso dos últimos três anos - a partir de uma tentativa do governo municipal anterior de terceirizar a coleta (na prática, excluir as cooperativas do sistema) - se justifica, sobretudo, pela construção de um novo modelo na relação do poder público com um segmento que envolve 400 famílias carentes e dependentes da reciclagem porta a porta para ter uma vida digna.
A ausência de uma planilha de custos em conformidade com a legislação trabalhista e com a legislação ambiental nunca permitiu uma remuneração justa, capaz de cobrir os custos de operação das cooperativas por parte da CMTU, afirma a líder do Ninter.
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