A partir do mês de junho, o município de Londrina vai contar com menos radares de fiscalização instalados nas vias. Isso porque a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina) fez um estudo técnico que identificou a possibilidade de redução do número de equipamentos. A mudança deve ser vista nos próximos meses, já que uma nova empresa vai assumir o serviço.
Diretor da CMTU, Rafael Sambatti explica que o contrato atual vai até o dia 31 de maio e a expectativa é de que a nova empresa assuma os serviços na sequência. Ele explica que a nova licitação traz de diferente um estudo preliminar, envolvendo uma análise técnica de cada um dos 78 pontos com radar da cidade, o que norteou a decisão de reduzir para 70.
Os locais em que os radares vão ser retirados ainda passam por estudo, já que envolvem questões que vão além da fiscalização eletrônica. Entretanto, o diretor garante que a Rua Bento Munhoz da Rocha Neto vai ser um desses pontos. Além desse, outros pontos em que a possibilidade de remoção é alta são: Avenida Presidente Castelo Branco (próximo a um colégio), Rua Professor João Cândido (ao lado do terminal) e na Avenida Ayrton Senna (esquina com a Rua Caracas).
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As opiniões divergem
A reportagem foi até este último ponto e conversou com motoristas que passam pela região todos os dias, sendo que as opiniões divergem no que diz respeito à fluidez do trânsito no local. O motorista Jean Carlos Reverso, 48, explica que a retirada não deve impactar o trânsito para quem vai do centro para a zona sul. Entretanto, ele alerta para o sentido inverso, da zona sul para o centro, já que vê diariamente motoristas abusando da velocidade no trecho. Segundo ele, além da velocidade alta, os condutores também não respeitam a faixa de pedestres: “é uma situação difícil aqui, então eu acho que precisa ter o radar”, aponta.
O autônomo Evans Dionísio, 47, trabalha com entregas e, para ele, a retirada vai ser positiva, já que avalia que o trânsito de veículos vai fluir melhor, mas pondera que alguns motoristas podem abusar da velocidade sem o aparelho eletrônico como fiscalizador. “Onde não tem radar, o pessoal dá aquela ‘puxadinha’ maior, então ele serve para dar uma segurada”, avalia. Um motorista de aplicativo, que preferiu não se identificar, garante que o aparelho não tem utilidade alguma no trecho e chega a até atrapalhar o fluxo de veículos.
Tecnologia
Rafael Sambatti explica que a companhia pesquisou diversas opções de equipamentos disponíveis no mercado, sendo que está previsto em edital que a instalação do aparelho não deve envolver cortes na via. Outra novidade, de acordo com ele, é que os radares também vão contar com uma câmera frontal, sendo que, dessa forma, o equipamento vai aferir a parte dianteira e traseira do veículo. O diretor garante que a sinalização nos pontos deve ser melhorada, principalmente durante o período noturno.
O trabalho da empresa vencedora da licitação também vai envolver a instalação de uma central de monitoramento para fazer o armazenamento e de onde os agentes de trânsito vão processar e analisar as imagens.
Na contramão
Questionado sobre a decisão do município de Londrina ir na contramão de cidades como Cambé, que ampliou o número de radares nas últimas semanas, Sambatti garante que há diversas formas de fiscalizar e coordenar o trânsito, envolvendo mudanças no sentido das vias, faixas elevadas ou sinalização, por exemplo. “Mesmo em alguns pontos que tinham radar no início do contrato e hoje não tem o fluxo segue ordeiro”, aponta, ressaltando a importância da colaboração da população.
De acordo com um dado apresentado pela CMTU, a Avenida Dez de Dezembro é a que mais registra infrações, entretanto, apenas 0,11% dos veículos que passam pelos radares cometem algum tipo de irregularidade, sendo 70% de média gravidade, com aplicação de advertência por escrito. Por isso, a análise da companhia, de acordo com o diretor, não tem como foco o número de infrações. “A gestão procura a manutenção da vida e a fluidez do trânsito”, explica.
Novos pontos
Em relação aos custos, ele garante que os valores do novo edital estão próximos aos que são praticados no contrato atual, onde são investidos cerca de R$ 9 milhões por ano, e a expectativa é de que, com a concorrência das empresas no pregão, o valor fique ainda mais baixo, por volta dos R$ 47,5 milhões. Ele ainda alerta que o custo envolve a locação dos aparelhos, que não são comprados, e a manutenção e aferição do equipamento.
Outra novidade que vem junto com a nova licitação é que ela vai abarcar, através de um acordo de cooperação técnico do município com a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), alguns radares que devem ser instalados na Avenida Brasília. A princípio, a via deve receber três radares.
