O Livre Teatro estreia neste sábado (02), às 20 horas, a sua primeira montagem: “O Casamento do Pequeno Burguês”, no Centro Cultural SETA.
O espetáculo é uma livre adaptação da peça do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, de 1919. A comédia, com contornos de tragédia do cotidiano, mesmo depois de mais de 100 anos de sua primeira montagem, segue atual, colocando em cena questões como: modelo ideal de família, violência de gênero, velhice, fidelidade, entre outros tabus e costumes que constituem as relações humanas.
A peça será reapresentada entre os dias 03 e 06 de dezembro, às 20 horas, no Centro Cultural SETA. Os ingressos já estão à venda pelo Sympla
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Na montagem dirigida pelo dramaturgo, diretor e ator, Luan Valero, uma tradicional família pequeno-burguesa se reúne para o jantar em comemoração ao casamento de Jacob e Maria. Entre pedaços de bacalhau e taças de vinho, a temperatura e os ânimos se elevam.
E assim, mistérios e segredos, escondidos por detrás das máscaras sociais com que cada um dos personagens se apresenta quando está de cara limpa, vão se revelando.
Nesse desmoronar de fachadas, cacos e sobras de dignidade humana se misturam com o entulho da casa onde o jovem casal passará o resto de seus dias. A casa, aliás, é elemento fundamental nesta montagem, ultrapassando o papel de mero cenário.
Montada para ser encenada em um espaço não convencional, a peça ocupará o lugar onde antes havia uma casa de madeira, tipicamente londrinense, que foi demolida este ano. Na trama, a casa ganha status de personagem catalisador dos conflitos desses homens e mulheres, encobertos pelo reboco trincado da hipocrisia. Tudo está prestes a ruir.
“O Casamento do Pequeno Burguês”, na sua versão original, é uma das primeiras produções de Brecht. Valero ressalta que nesta peça, o autor, influenciado pelo expressionismo alemão, apresenta um texto que, em muitos aspectos, se difere daqueles que viriam a ser marcos do chamado Teatro Épico, como “O Círculo de Giz Caucasiano”, “Mãe Coragem e Seus Filhos” e “Os Fuzis da Senhora Carrara”.
“Brecht tem em ‘O Casamento do Pequeno Burguês’, uma abordagem mais próxima de um teatro popular, apresentando tipos, antes de personalidades singulares, humor sagaz e, necessariamente, político”, observa Valero.
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: