A Polícia Federal (PF) identificou 18 pessoas acusadas de prática de pedofilia em operação realizada em Londrina e região nos meses de outubro e novembro. Segundo o delegado Nilson Antunes da Silva, nos computadores e smartphones dos criminosos identificados havia fotos de crianças a partir dos dois anos de idade. "O pedófilo que compartilha imagens de adolescentes é o mesmo que divulga as fotos das crianças. O crime é o mesmo", destacou em entrevista coletiva concedida na manhã desta terça-feira (17).
Diversos aparelhos foram apreendidos durante a operação. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela polícia.
Conforme o delegado, oito dos acusados já identificados são adolescentes, e vão responder pelo crime de pedofilia na Vara de Infância e Juventude. "É moda, entre os adolescentes, a troca de imagens de meninas e meninos em poses eróticas. As fotos são divulgadas, principalmente, em grupos formados nas redes sociais, como o WhatsApp e o Facebook, por pessoas que frequentam as mesmas escolas, por exemplo. Os pais precisam ter a consciência de fiscalizar as ações de seus filhos para evitar que isso aconteça", argumentou.
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Conforme delegado, crime de pedofilia deixará "mácula" para o resto da vida do acusado
Segundo ele, muitas pessoas acreditam que o adolescente identificado não vai sofrer consequências sérias por conta de seus atos. Entretanto, conforme ele, "a palavra pedofilia ficará impregnada na vida desse menor, que perderá muitas oportunidades, no futuro, por conta das ações cometidas por ele na adolescência". "É uma mácula que ficará para o resto de sua vida", completou Silva.
Os adultos identificados também serão indiciados pela prática, e vão responder pelo crime de pedofilia na Justiça Federal. "Vamos trabalhar, agora, na análise dos computadores apreendidos e na identificação dos demais acusados", completou o delegado, destacando que, em alguns dos equipamentos, a polícia já conseguiu identificar centenas de imagens. "Foram indiciadas desde pessoas que compartilhavam essas imagens eventualmente a pedófilos que eram praticamente viciados", contou.
Um policial militar aposentado foi preso em flagrante durante a operação, com imagens encontradas em um computador dele. Ele pagou fiança e já foi liberado, conforme Silva.
Ainda de acordo com o delegado, a operação foi deflagrada após o recebimento de dados enviados por instituições internacionais que rastreiam fotos de pedofilia em todo o mundo. Os vinte fatos, conforme ele, foram encaminhados para a PF em Londrina no mês de julho. "De lá para cá, identificamos os endereços dos suspeitos e esperamos que a Justiça Federal deferisse os mandados de busca e apreensão", explicou.
Foram cumpridos 13 mandados em Londrina e sete em cidades da região, como Cambé, Ibiporã e Porecatu. Segundo Silva, foram visitadas residências de bairros diversos do município, desde os mais carentes, como o São Jorge (zona norte), ao mais abastados, como a Gleba Palhano, na zona sul. "No crime de pedofilia, independe a classe social. Quanto mais acesso à tecnologia a pessoa tem, mais ela vai usar esse 'privilégio' para compartilhar as imagens", frisou.
Silva alertou que é crime tanto produzir e compartilhar as imagens quanto mantê-las armazenadas nos aparelhos. "O simples fato de ter uma foto de um menor de idade em poses pornográficas já caracteriza pedofilia", resumiu.
O delegado disse, ainda, que não dá para saber se as crianças e os adolescentes das imagens apreendidas são de Londrina ou cidades da região. "Em muitos casos, as fotos são antigas e de pessoas que moram até fora do país. No entanto, é mais comum que, nos casos dos menores acusados, as fotos sejam de meninos e meninas próximas", observou, garantindo que, nesses casos, a PF vai tentar identificar as vítimas.
Questionado sobre a continuidade da operação, o delegado informou que todos os mandados expedidos já foram cumpridos, mas disse acreditar que novos fatos deverão ser enviados para a cidade o mais breve possível.
(Atualizado às 11h20)