O auditor Luiz Antonio de Souza, delator do esquema de corrupção na Receita Estadual de Londrina, em depoimento na última segunda-feira, apresentou aos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate Organizado (Gaeco), que atuam na Operação Publicano, a "contabilidade da propina", segundo afirmou seu advogado, Eduardo Duarte Ferreira.
Trata-se, de acordo com Ferreira, de um arquivo digital, gravado em pen drive, que foi apreendido pelo Gaeco em janeiro deste ano, quando Souza foi preso em flagrante em um motel com uma menina de 15 anos (e, por isso, responde também por exploração sexual de adolescentes). "Ele (Souza) se lembrou deste pen drive, que estava na Criminalística para ser periciado, e acabou decifrando os arquivos para os promotores", disse o advogado. "Lá está registrada a ‘contabilidade da propina’."
Ferreira disse as planilhas revelam tudo o que foi arrecadado em propina nos últimos anos: quanto e de que forma cada empresário pagou; quanto e a quem foi destinado o dinheiro; e até datas e locais dos pagamentos. "Está tudo discriminado, até os centavos", afirmou o advogado.
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As planilhas foram feitas pelo próprio Souza, disse Ferreira, que precisava manter um controle número do esquema de cobrança de propinas. "Há novas empresas, que ele ainda não havia mencionado nos depoimentos anteriores".
O Gaeco restringiu-se a confirmar que Souza prestou depoimento sobre arquivos do pen drive. Esta semana, ao falar sobre a segunda denúncia da Publicano, a promotora Leila Shimiti afirmou que há "várias situações novas sob investigação", que poderiam culminar em uma nova etapa da operação.