O delegado do 1º Distrito Policial (DP), Marcos Belinati, informou nesta segunda-feira que deve infiltrar policiais civis à paisana entre os manifestantes do Dia do Pula-Catraca, organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), e que está marcado para esta quinta-feira. A data é um protesto contra o reajuste da tarifa do ônibus, que no início de junho passou de R$ 1,35 para R$ 1,60.
''Faremos isso para, em caso de tumulto, tornar mais fácil a tarefa de identificar os responsáveis. Esperamos que o protesto seja pacífico, embora o ato de pular catraca já seja algo irregular'', disse o delegado. Ele afirmou que a chefia da Polícia Civil está ''preocupada'' com a possibilidade de que a manifestação se transforme num tumulto semelhante ao ocorrido no Terminal Urbano no dia 13 de junho, quando dois ônibus foram depredados e um jovem de 21 anos foi atropelado e morreu onze dias depois.
O estudante Fábio Rizza de Oliveira, um dos coordenadores do DCE, disse nesta terça que o anúncio de Belinati não altera ''em nada'' as ações do protesto. ''Sempre houve infiltração de policiais dentro do movimento, não é de hoje. Não vamos nos intimidar com isso'', afirmou.
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Rizza disse que o Diretório está ''preocupado'' com as férias, a partir da semana que vem, das escolas públicas de 2º grau, cujos alunos ignoraram orientações da União Londrinense dos Estudantes Secundaristas (Ules) e apoiaram manifestações do DCE. ''O número de manifestantes vai cair, mas não podemos deixar que o movimento perca força'', explicou o estudante.
O comando do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM) informou, através de seu setor de comunicação, que manteve contato com as diretorias da Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) e da Francovig, e com a Polícia Civil, para manter um ''contato constante'' até o Dia do Pula-Catraca, de forma que as responsabilidades por eventuais confusões sejam apuradas o mais rápido possível.
O promotor de Defesa dos Direitos do Consumidor, Miguel Jorge Sogaiar, deve entrar entre quarta e quinta-feira com agravo de instrumento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para questionar a decisão do juiz substituto Álvaro Rodrigues Júnior, que no dia 13 de junho indeferiu pedido de liminar que requeria o cancelamento do reajuste da tarifa do ônibus. A informação foi repassada à reportagem por uma funcionária do gabinete do promotor, que não quis dar mais detalhes sobre a ação.
O presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Wilson Sella, recebeu com certa indiferença a notícia de que Sogaiar entraria com o agravo. ''O promotor está fazendo o papel dele. Quando ele escolheu a via judicial, ao ingressar com a primeira ação civil pública (a que foi indeferida por Rodrigues), optou pelo conflito. Acho que nessa questão não há mais volta'', disse Sella, afirmando que preferia desde o começo ter debatido com o promotor.