O Comando da 10ª Subdivisão Policial (SDP) de Londrina determinou que o delegado do 4º Distrito Policial (DP) investigasse as denúncias de ameaças e consumo de drogas contra o grupo de sem-teto que está ''morando'' sob a cobertura externa do Ginásio de Esportes Moringão. A Polícia Militar também pode agir energicamente, caso os órgãos assistenciais não solucionem o problema.
O delegado-chefe da 10ª SDP, Jurandir Gonçalves André, informou nesta sexta que recebeu o ofício enviado pelo presidente da Fundação de Esportes, professor Marival Mazzio, pedindo providências para garantir a segurança dos atletas que treinam no local e também dos moradores do Jardim Bela Vista (região central), vizinhos ao prédio.
''Recebi o pedido e no mesmo dia determinei que o delegado Roberto (Humming) investigasse as denúncias. Caso sejam confirmados o uso de drogas e as ameaças, agiremos de acordo com a lei'', garantiu André.
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O responsável pelas relações comunitárias do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), capitão Sérgio Dalbem, também recebeu o ofício, mas destacou que soldados da corporação já estavam trabalhando em conjunto com a Secretaria de Ação Social e o Conselho Comunitário, na tentativa de retirar os sem-teto sem o uso da força.
''Sugerimos promoção de atividades esportivas e o acompanhamento da Secretaria de Saúde quanto a dependência dos entorpecentes químicos. Sabemos que a questão ali é mais social que policial'', comentou Dalbem.
O capitão disse ainda que (até semana que vem) uma reunião deve ser agendada para discutir o assunto, mas salientou que ''infelizmente terá que organizar uma ação policial'' caso a situação não mude. ''Estive no local à paisana na última quarta-feira e vimos umas 15 pessoas. Vale destacar que a lei não permite prender jovens somente pelo consumo de cola de sapateiro.''
A Folha publicou ontem imagens de sem-teto cheirando cola e usando a cobertura como ''dormitório''. Vários moradores da região denunciaram ameaças, furtos e depredação cometidos pelo grupo. A Secretaria de Ação Social já identificou 21 pessoas vivendo no local (a maioria ''dependentes químicos de alto grau'') e vem organizando atividades - em conjunto com a Fundação de Esporte - para ocupar o tempo dos moradores de rua. Entre elas estão partidas de futebol realizadas três vezes por semana e a limpeza coletiva do Estádio do Café.