Novos mocós
A primavera chegou oficialmente ao hemisfério sul nesta segunda-feira (23). Esta semana inicial da nova estação deve ter temperaturas mais amenas e até previsão de chuva, segundo Angela Beatriz Costa, agrometeorologista do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná).
Entretanto, o tempo deve permanecer estável até terça-feira (24). A temperatura mínima registrada nesta segunda foi de 11.4°C e a máxima deve chegar até 25°C. Na madrugada, rajadas de ventos de 47 km/h foram registrados na região e ajudaram a baixar a sensação térmica em Londrina.
Na sexta (20), choveu 14.2 mm (milímetros) e houve registros de rajadas de vento de até 68 km/h.
"Choveu uma quantidade significante na sexta, mas ainda abaixo do necessário para superar o déficit hídrico do solo, já que tivemos muitos dias de tempo seco na região de Londrina", afirma a agrometeorologista.
O déficit hídrico ocorre quando a quantidade de chuva é inferior aos valores de evaporação e transpiração das plantas.
A precipitação acumulada de setembro é de 44.6 mm, menos da metade do valor médio do mês, 116 mm.
Essa chuva trouxe uma melhora na umidade relativa do ar, que deve começar a registrar um declínio nos próximos dias. A média do índice de umidade relativa do ar ficou em 64% no domingo (22). Na manhã desta segunda, o índice ficou em 49%.
Porém, segundo Angela, uma chuva prevista para quarta-feira (25) deve trazer um novo alívio aos dias secos de Londrina.
Troca de estação
O inverno londrinense em 2019 foi de temperaturas acima das médias e apenas três ondas de frio, duas em julho e uma em agosto.
"Houve registro de temperaturas altas durante este inverno, especialmente em setembro, e isso elevou a temperatura média", diz Angela.
"O Iapar emitiu apenas um Alerta Geada, na primeira onda de frio da estação, que ocorreu no início de julho", acrescenta.
A temperatura mais baixa do ano foi de 1.6°C, registrada em 6 de julho.
Londrina chegou a ficar 57 dias sem chuvas significantes durante o inverno, o que também ajudou a agravar o déficit hídrico na região, de acordo com a agrometeorologista.
Fabio Alcover/01-02-2017/Arquivo Folha
A primavera deve começar com dias mais secos, mas, a partir de outubro, as chuvas devem ocorrer com mais frequência.
"É uma estação que tem uma condição de neutralidade, já que não sofre com os efeitos do El Niño e La Niña. Nos primeiros dias, devem ser registradas temperaturas mínimas mais baixas, ocasionando uma amplitude térmica maior. O clima deve esquentar gradativamente conforme o verão fica mais próximo", explica Angela.
"Também devemos ter ventos fortes e até chuvas de granizo com mais frequência durante a primavera", complementa.
A agrometeorologista ressalta que durante a estação das flores, que vai até 22 de dezembro, há mais eventos climáticos de curta duração, dificultando a previsão de chuvas e temporais.
(*Sob supervisão de Rafael Machado)