A queda dos preços dos combustíveis em Londrina tem agradado ao consumidor, mas já começa a preocupar os donos e gerentes dos postos da cidade. A variação, principalmente da gasolina, pode forçar a prática de dumping - venda por preço abaixo do custo para conquistar mercado - ou até mesmo levar algumas lojas à falência.
Essa é a opinião de Luiz Bolognesi, gerente do Posto 15, instalado na esquina da Avenida Duque de Caxias com a rua Cambará. Segundo ele, variações de preço de cerca de 1 centavo têm sido verificadas quase todos os dias. ''As baixas estão sendo determinadas em sua maioria pela concorrência'', explica Bolognesi.
A última baixa, que levou os preços da gasolina, em alguns casos, para R$ 1,91, foi determinada, na opinião dele, pelo posto instalado no hipermercado Carrefour. ''Depois que eles abaixaram o preço, todo mundo foi atrás'', diz.
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Na avaliação de Bolognesi, a pressão pela redução dos preços dos combustíveis pode até fazer com que a gasolina seja vendida a R$ 1,75, em cerca de 15 dias. ''Esses preços ainda não são praticáveis porque as distribuidoras vendem a gasolina por cerca de R$ 1,80, mas logo as próprias distribuidoras vão abaixar seus preços para ajudar a manter na concorrência os postos que levam suas marcas, o que configura dumping''.
Segundo ele, os preços dos combustíveis só não caíram com mais velocidade graças à atuação da Receita Estadual e da Promotoria da cidade. ''Percebe-se forte atuação das autoridades na fiscalização da qualidade dos combustíveis. Se não fosse por isso, muita gasolina adulterada e sem procedência estaria no mercado, forçando ainda mais as baixas''.
O gerente do Posto Vip, na Avenida Celso Garcia Cid, Nilson de Lima, concorda com Bolognesi. ''Os preços precisam se estabilizar logo. Só assim o mercado poderá trabalhar com mais segurança''. Segundo Lima, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) determinou que a praça de Londrina poderia trabalhar com preços de até R$ 2,20 para a gasolina. ''Isso significa que a faixa de R$ 1,91 é realmente determinada pela concorrência''.
Eduardo Gonçalves, frentista do Posto Marco Zero, da Avenida Dez de Dezembro, no entanto, diz que a última queda no preço da gasolina aconteceu devido à baixa no preço cobrado pela distribuidora. ''Percebemos até um grande aumento do número de clientes do posto''.
Enquanto os postos de combustíveis discutem como sanar a economia do setor, o consumidor aproveita para encher o tanque. O mecânico de refrigeração João Carlos Lovatti, por exemplo, tem percebido a diferença na hora de encher o tanque. ''Rodo cerca de 30 quilômetros por dia com minha moto. Percebi que de dois meses para cá, a redução do preço da gasolina realmente tem feito diferença no bolso''.