Enquanto a Prefeitura de Londrina anuncia a priorização do meio ambiente na administração municipal, muitos desafios se acumulam na periferia e centro da cidade, boa parte deles envolvendo mananciais.
Fundos de vale atulhados de lixo e entulho, assoreamento no complexo de lagos do Igapó, assentamentos na margem de rios e córregos, erosão no Parque Arthur Thomas. Esses são alguns antigos problemas ambientais de Londrina que aguardam solução.
A problemática das bacias e seus afluentes é tão séria que motivou a coordenação de um trabalho conjunto entre as secretarias de Meio Ambiente, Obras e Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). Nesta segunda-feira, os órgãos iniciaram um levantamento das principais reivindicações da cidade apontadas nas discussões do orçamento participativo.
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A extensão dos mananciais e a ocupação desordenada da cidade, com assentamentos periféricos próximos demais das bacias, problematizam a questão. Londrina tem cerca de 80 fundos de vale que abrigam córregos ou rios. E problemas não faltam, mesmo na região central.
O Vale do Rubi - uma área residencial nobre próxima do centro - por exemplo, virou ponto de descarte de entulho. A paisagem, que deveria ser uma área de lazer, está tomada por galhos, restos de construção e até lixo comum. ''Até bicho morto eles jogam aí'', conta o estudante Rafael Yamassato, que passa todo dia pelo monte de entulho, cada vez maior.
A utilização de fundos de vale como depósito de entulho é um problema frequente e recorrente em vários pontos. A bacia do Lindóia (oeste) e do ribeirão do Quati, que corta Londrina, são as mais críticas em pontos de poluição de material pesado, segundo a Secretaria de Obras, que realiza uma operação de limpeza nos fundos de vale. Duzentas horas-máquina de um equipamento especial foram licitadas para o mutirão.
Contudo, o próprio secretário acredita que a medida não vai solucionar o problema. ''A gente limpou os fundos do asilo esses dias e já tem sujeira novamente'', diz o secretário de Obras, Aloysio Crescentini de Freitas referindo-se à atividade dos inúmeros carroceiros da cidade que sobrevivem do transporte de lixo e entulho. ''É um problema sério, a gente orienta o pessoal para não jogar lá, mas não adianta esperar que eles se desloquem até a central de moagem ou o aterro porque fica longe demais para eles'', argumenta.
O secretário acredita que a delimitação de áreas espalhadas pela cidade para deposição de entulho - projeto da CMTU - deva minimizar o problema. Outra solução possível é a urbanização dos fundos de vale. Segundo Crescentini, o Vale do Rubi é um dos que estão no projeto de construção de pistas de caminhada. ''Dessa forma a comunidade fiscalizaria melhor o lugar'', acredita.