Quarta-feira
A segurança foi embora do Terminal Rodoviário de Londrina. Segundo funcionários e passageiros, desde que a Guarda Municipal (GM) deixou de atender fixamente no local, usuários de drogas passaram a coagir as pessoas. Cenas de ameça e violência são registradas. Lixo, armas brancas e cachimbos para o consumo de crack são apreendidos e encontrados com frequência no espaço.
De acordo com Doriedson Pinho, supervisor do terminal, passageiros e trabalhadores são coagidos diariamente por usuários de drogas e moradores de rua, que pedem ou exigem dinheiro. "Precisamos de segurança 24 horas. Além do incomodo, no último mês uma idosa foi assaltada e agredida no banheiro após se negar a dar dinheiro. O caso aconteceu no banheiro do terminal", revela.
Ele acrescenta que a Guarda Municipal é acionada sempre que um episódio é registrado. "Às vezes, ligamos e não somos atendidos. Os guardas municipais se esforçam para nos ajudar, mas, como fazem rondas em outros lugares, demoram para chegar."
Além do lixo deixado, até armas são encontradas no local. "Armas brancas e cachimbos de crack, além de outros objetos, são deixados por eles. Esse material foi recolhido no último mês", diz Pinho, mostrando uma caixa com vários objetos, inclusive facas. "Muito lixo também. Apenas em um dia, recolhemos dez sacos [de 200 litros] de lixo. Durante o dia, eles permanecem nas praças ao redor, mas se deslocam para o interior do terminal após o anoitecer."
De acordo com o o superintendente do Terminal Rodoviário, Sandro Neves, uma sala havia sido destinada para o uso da Guarda Municipal. Pelo menos um agente atendia no local diariamente até o início deste ano. "A Guarda alega que não possui efetivo suficiente para deixar um agente fixo aqui em período integral. Com a justificativa de pouco efetivo, a Guarda não destina mais agentes fixos para cuidar do local. Desde janeiro, a presença não é constante."
O que diz a Guarda Municipal
Sobre a insegurança no Terminal Rodoviário de Londrina, o inspetor geral da Guarda Municipal, Ângelo Henrique Matos, afirmou que o trabalho se estende aos arredores do local. "Antes o trabalho era feito a pé pelos agentes e se limitava ao seu interior. A sala ainda é utilizada pelos guardas municipais, porém eles não atendem ao local exclusivamente. Hoje os agentes estendem o patrulhamento também ao entorno do terminal. Antes, as pessoas sentiam-se coagidas durante o acesso até o terminal. Hoje, pelo menos o trajeto até ele é feito com mais segurança."
O inspetor geral explica que o Terminal Rodoviário é atendido por duas equipes de guardas municipais. "A mudança de atuação foi para atender todos, não exclusivamente a um grupo ou outro. O trabalho da Guarda Municipal é realizado em dez áreas de Londrina. O terminal está entre as regiões central e leste, atendido assim pelas duas equipes", salienta. "Não há efetivo suficiente de agentes para atender todos os moradores de uma vez."