As atividades em seis setores materno-infantis do Hospital Evangélico de Londrina estão interditadas desde a última sexta-feira. As unidades de recém-nascido, maternidade, alojamento conjunto, centro obstétrico, e Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) neonatal e pediátrica estão impossibilitadas de receber pacientes até que exames confirmem-se, realmente, existe uma infecção nesses setores. O setor de pediatria também estava suspenso, mas foi desinterditado no sábado.
De acordo com Josemari de Arruda Campos, diretora de Epidemiologia e Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, os setores permanecerão interditados até que novos exames fiquem prontos determinando os focos de colônia da bactéria Klebsiella SP, encontrada no hospital. Dois recém-nascidos morreram nos últimos 12 dias no hospital, mas ainda não está confirmado se os óbitos têm alguma relação com essa bactéria. A causa das mortes deve ser conhecida até a próxima quinta-feira.
A previsão é que o resultado dos exames de cultura de ambiente feitos no hospital saia em uma semana. ''O provável é que foco de colônia da bactéria seja humano'', disse o secretário de saúde Silvio Fernandes. Ele justificou a necessidade de interdição como uma medida preventiva. ''Até termos certeza de que os setores estão livres não faremos a liberação'', afirmou.
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A pedido do hospital, a Secretaria de Saúde realizou a vistoria após constatação da colônia da bactéria Klebsiella SP, que causa infecção urinária, em exames feitos em crianças internadas na unidade de recém-nascidos. De um total de 12 crianças, sete estavam colonizadas, em duas o resultado dos exames não estão concluídos.
O diretor-técnico do Hospital Evangélico, Oziel Torrezin, garantiu que não há um caso de infecção generalizada dentro dos setores materno-infantis. Segundo ele, a bactéria encontrada é comunitária e poderia surgir em qualquer local. Ele considerou um ''excesso de zelo'' o hospital acionar a Secretaria de Saúde. Sobre a criança, que morreu na última sexta-feira, ele frisou que a mesma era prematura e pesava menos de 1,4 Kg, além de apresentar problemas de saúde.
O bebê era uma das quadrigêmeas nascidas no dia 3 de julho. A prima da criança, Sônia Regina Ribeiro de Souza, que estava nesta segunda-feira no hospital, declarou que duas horas antes da morte da menina, o pediatra teria dito ao pai que a mesma estava ganhando peso e que deixaria o Evangélico dentro de 10 dias. Em duas irmãs da vítima também foi constatada a existência da bactéria.
''Há algum problema na maternidade'', comentou Sônia, lembrando que há cerca de um mês o setor foi interditado pela presença da mesma bactéria. Na oportunidade, duas crianças foram contaminadas, mas não houve óbito.
O cancelamento de partos e o impedimento de internações não alterou o funcionamento nos Hospitais Universitário, Materdei e Infantil. O Hospital Evangélico é responsável por cerca de 9% (160) dos partos realizados anualmente em Londrina.