A possibilidade de as obras do Contorno Norte não serem executadas motivou o vereador Rony Alves a apresentar requerimento, na sessão desta quinta-feira (9), da Câmara Municipal de Londrina, a convocação de uma audiência pública para debater o assunto.
Para a reunião, com data a ser definida nos próximos dias, serão convidadas diversas lideranças políticas e empresariais de Londrina e região, além de representantes da sociedade civil organizada, de instituições de ensino superior e do Ministério Público.
"Precisamos reacender a discussão sobre o Contorno Norte, antes que Londrina e demais cidades da Região Metropolitana percam esse projeto de fundamental importância para alavancar o nosso desenvolvimento econômico. A população precisa debater o assunto, pois há fortes indícios de que as obras seriam postergadas. Não podemos nos calar sobre o assunto. É preciso que o Governo do Estado volte novamente o seu olhar para o Norte do Paraná", afirmou o Professor Rony.
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Segundo o vereador há informações de que o projeto do Contorno Norte seria suprimido em função de outra obra viária definida pelo Governo do Estado: a duplicação do trecho compreendido entre Jataizinho e Cornélio Procópio.
A realização de uma audiência pública recebeu o aval do deputado estadual Tercílio Turini; Alexandre Maciel, coordenador Regional do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar); e Rosinda Stremlow, presidente da Associação das Empresas do Parque Industrial de Cambé (Aepic).
O parlamentar e os representantes das entidades compareceram na sessão desta quinta-feira (9), a convite do vereador Prof. Rony, para falar sobre o ramal rodoviário, que ligaria Ibiporã até Rolândia, passando pela região Norte de Londrina e por Cambé, pela PR-445. O investimento seria feito pela concessionária Econorte, como contrapartida, conforme consta no contrato, assinado em 1997, com o Governo do Estado.
"Além de incrementar a industrialização na região, o Contorno Norte iria retirar o fluxo de veículos pesados da área urbana, especialmente entre a BR 369 (Avenida Brasília) e a Avenida Tiradentes. Com isso, o número de acidentes cairia consideravelmente", frisa o Prof. Rony.
Mobilização - Para o deputado Tercílio Turini, as entidades empresariais, lideranças políticas e toda comunidade precisam se manter mobilizadas pela construção do Contorno Norte. Por isso, o parlamentar defende a realização de um debate público como forma de reacender as discussões necessárias sobre o assunto.
O parlamentar fez críticas ao Governo do Estado que, desde 2002, estaria desobrigando a Concessionária Econorte de compromissos contratuais como o pagamento das desapropriações para a construção do Contorno Norte, a retirada de ações judiciais que questionavam os reajustes de tarifas do pedágio. O Governo do Estado estaria também, através de aditivo, retirando a obrigação contratual de construir o Contorno Norte com a possível antecipação do trecho entre Jataizinho e Cornélio Procópio.
"Se não nos mobilizarmos a Região Metropolitana de Londrina vai perder o Contorno Norte. Fiz vários pronunciamentos alertando que o Governo do Estado pode postergar o projeto. Londrina e região não podem abrir mão dessa obra, que deveria ter sido concluída em 2002 como encargo da concessionária do pedágio. A população está pagando pedágio e a Econorte arrecadou dinheiro para fazer o Contorno Norte. Então deve iniciar a obra o quanto antes", ressalta Turini. "Nós vamos judicializar ser perdermos o Contorno Norte", complementou.
Rony sugeriu que o Ministério Público analise o conteúdo dos aditivos que teriam sido incorporados ao contrato firmado entre o Governo do Estado e a Econorte.
Por sua vez, a presidente da Associação das Empresas do Polo Industrial de Cambé (AEPIC), Rosinda Stremlow, é categórica ao afirmar que se não envolver o envolvimento da sociedade a Região Metropolitana de Londrina vai perder a construção do Contorno Norte.
"Precisamos de uma ação maior porque temos percebido, nas várias reuniões em que participamos, que não existe muito interesse que o Contorno Norte não seja realizado. O Governo do Estado alega que o traçado original está ultrapassado, mas há vários pareceres técnicos que não corroboram com essa afirmação. Portanto, precisamos colocar o projeto em prática", afirma.
Já Alexandre Maciel, coordenador Regional do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), enfatizou que o projeto do Contorno Norte precisa ser amplamente discutido com a sociedade. "Londrina e região metropolitana não se encontram numa situação confortável para o escoamento da produção. O Contorno Norte iria colaborar com essa questão, além de trazer desenvolvimento industrial", disse.