O desempenho de alunos com 15 anos foi avaliado em 32 países e o Brasil ficou com uma das piores posições, superando apenas a Macedônia, Indonésia, Peru e Albânia. Do total das crianças brasileiras que cursam a quinta série do ensino fundamental, 64% não sabem ler, nem escrever.
Os dados pouco animadores foram divulgados na manhã de hoje pelo presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, Gastão Vieira (PMDB-MA), e estão no relatório do grupo de trabalho que discute o tema "Alfabetização Infantil: os novos caminhos".
Segundo o documento, enquanto os outros países alcançaram média quatro, na avaliação dos alunos em relação à compreensão de texto, o Brasil ficou com média dois, sendo que 25% ainda tiveram médias inferiores a um.
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Apesar de considerar muito bom o programa federal de erradicação do analfabetismo entre jovens e adultos, o deputado acha que o governo precisa dar mais atenção às crianças que não aprenderam a ler e a escrever, "porque senão elas irão se transformarão em futuros adultos analfabetos". Para Gastão Vieira, a situação da educação no país é "catastrófica"
O parlamentar explicou que, de acordo com o relatório, a experiência e a visão de transformar a alfabetização em uma ciência experimental não está sendo aproveitada pelo Brasil.
Quando perguntado sobre as declarações do ministro da Educação, Cristovam Buarque, sobre o fingimento do país em relação à educação, Gastão Vieira disse que apóia.
"Eu acho que o ministro está falando coisas que ninguém quer ouvir. São temas que têm que ser debatidos. Acho que, depois que o governo votou a reforma da Previdência e taxou os inativos, deve ter coragem de discutir qualquer outro tema", afirmou o deputado.
Gastão Vieira disse ainda que a incitação do ministro aos estudantes para que façam passeata até o Congresso Nacional reivindicando mais recursos para educação foi uma forma "para ele não dizer que era o governo que não dava dinheiro. Ele transferiu a responsabilidade para o Congresso e, como não pode vir aqui para a porta gritar, pediu que os meninos viessem".
Os dados do relatório serão discutidos na semana que vem, durante o seminário "O poder legislativo e a alfabetização infantil: os novos caminhos", promovido pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. Especialistas de cinco países participarão do seminário.