Dados do programa Sentinela, desenvolvido pela Prefeitura de Londrina e que presta atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, confirmam que o assunto ainda é considerado tabu e tratado como problema doméstico.
Segundo o programa, o município tem 100 mil pessoas na faixa dos zero aos 18 anos. Mas desde que foi criado, em fevereiro do ano passado, o Sentinela atendeu apenas 170 crianças e adolescentes. O baixo número de registros talvez se justifique pelo fato de, na maioria dos casos, o agressor ser conhecido da vítima.
Segundo a coordenadora do Sentinela, Télcia Lamônica de Azevedo Oliveira, dos casos atendidos até hoje, somente dois foram praticados por estranhos. Conforme números do programa, em 30% dos casos o agressor é vizinho, colega ou conhecido da vítima; em 22%, o padastro e em 19%, os pais. As meninas dos sete aos 14 anos respondem por 80% dos atendimentos.
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Com o objetivo de alertar a sociedade sobre o problema e incentivar a população a denunciar os casos de violência, a Prefeitura de Londrina lançou, na manhã desta segunda-feira, a 2ª Semana Municipal de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Até o dia 18 (Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes), serão realizadas palestras, mesas redondas e atividades relacionadas ao tema. O evento é aberto ao público.
Durante a cerimônia, no gabinete do prefeito Nedson Micheleti (PT), foi lançada também uma campanha de combate permanente à violência infantil, com cartazes incentivando a denúncia serão espalhados por toda a cidade.