Os ministros do Interior da França e da Grã-Bretanha defenderam hoje (2), em declaração conjunta, a "prioridade" de acabar com a crise que tem levado milhares de imigrantes a tentarem chegar a Inglaterra através da cidade francesa de Calais, nas últimas semanas.
Segundo a declaração, os países estão comprometidos em atacar o problema em conjunto e já reforçaram a segurança para deter novas tentativas de imigrantes de entrarem na Grã-Bretanha através do Canal da Mancha, uma operação arriscada que tem resultado em "ferimentos graves, e tragicamente, mortes" entre os que fazem a travessia.
"Combater esta situação é a grande prioridade para os governos. Estamos comprometidos e determinados a resolver isto, e a resolver isto juntos", disseram o ministro francês Bernard Cazeneuve e sua colega britânica Theresa May, em declaração publicada nos jornais Du Dimache (França) e Telegraph (Grã-Bretanha).
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Milhares de imigrantes têm tentado atravessar o túnel sob o Canal da Mancha, perto de Calais na esperança de, através de trem ou caminhão, alcançarem o território britânico. Pelo menos dez migrantes morreram no túnel ou arredores ao tentarem a viagem desde junho.
Cazeneuve encontrou-se com Theresa na terça-feira (28) para discutir a questão dos migrantes, que tem sido um obstáculo das relações franco-britânicas há anos, e assumiu nova urgência na sequência do aumento de migrantes que atravessam o Mediterrâneo.
No início da semana, o governo britânico anunciou a liberação de mais dez milhões de euros para reforçar a segurança do terminal de embarque do Eurotúnel, em Coquelles, no Norte de França.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, advertiu que esta crise poderia durar todo o verão, tendo prometido "mais barreiras, mais recursos, mais equipes de cães farejadores" para ajudar a polícia francesa.
As novas medidas enviam "uma mensagem clara", segundo os ministros. "A nossa fronteira é segura, e não é fácil chegar ao Reino Unido".
Ambos disseram que o mundo está enfrentando "uma crise global de migração", que requer uma resposta europeia e internacional e advertiram que a responsabilidade de combater o problema não deveria ser apenas da França e da Grã-Bretanha.
"Muitos dos que tentam, em Calais, atravessar o canal fizeram o seu caminho até lá através da Itália, da Grécia ou de outros países", afirmam os ministros.
Nos últimos dias, a polícia francesa conseguiu barrar várias tentativas de travessia de milhares de migrantes desesperados que tentam escalar as cercas ao redor do terminal do túnel em Coquelles, perto de Calais.As autoridades francesas enviaram esta semana um reforço de 120 polícias para aquela região. Paris calcula que mais de 3,5 mil pessoas tentaram atravessar o túnel esta semana.