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Será de 90% em 2050

Ação humana já danificou 75% da superfície terrestre

Agência Fapesp
29 mar 2018 às 16:38

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- Antônio Silva/Fotos Públicas
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Apenas 25% da superfície terrestre permanece livre de impactos substanciais causados por atividades humanas; e o índice deve cair para 10% até 2050, segundo projeções da IPBES (Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos).

"Apenas algumas regiões nos polos, nos desertos e nas partes mais inacessíveis das florestas tropicais permanecem intactas", afirmou o sul-africano Robert Scholes, um dos coordenadores do relatório temático sobre Degradação e Restauração de Terras Degradadas, divulgado pela IPBES em Medellín, Colômbia.

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Segundo o texto do documento, até o ano de 2014, mais de 1,5 bilhão de hectares de ecossistemas naturais foram convertidos em áreas agrícolas. Plantações e pastagens cobrem atualmente mais de um terço da superfície do planeta. "Os processos mais recentes de desmatamento estão ocorrendo nas regiões do globo mais ricas em biodiversidade", afirmaram os autores no texto.

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De acordo com Scholes, pode ser definido como degradação o processo que leva um ecossistema terrestre ou aquático a sofrer um declínio persistente das funções ecossistêmicas e da biodiversidade. "É quando uma determinada região tem sua capacidade reduzida de sustentar a vida, humana ou não", explicou.

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A expansão não sustentável de áreas dedicadas à agricultura e à pecuária é apontada no relatório como uma das principais causas do problema – que tende a se agravar com a demanda crescente por comida e biocombustíveis. Segundo os autores, o uso de pesticidas e fertilizantes deve dobrar até 2050.


"Esses produtos químicos em excesso contaminam não apenas o solo como também os sistemas aquáticos, terminando por afetar a zona costeira. Já temos centenas de áreas mortas em regiões como o Golfo do México e isso ocorre por causa da forma que manejamos a terra. Portanto, esta é também uma questão de segurança hídrica e de preservação da costa", disse Robert Watson, presidente da IPBES.

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Outro fator importante que tem contribuído para a degradação de ecossistemas, de acordo com os cientistas da IPBES, é o estilo de vida de alto consumo dos países desenvolvidos – bem como o consumo crescente observado nos países em desenvolvimento. O combate ao problema deve, necessariamente, incluir a adoção de uma dieta mais sustentável, com menos produtos de origem animal e maior preocupação com os métodos usados na produção dos alimentos e demais produtos consumidos.


"Não estamos dizendo para as pessoas pararem de comer carne, mas para se preocuparem com o modo com que ela foi produzida. E, acima de tudo, acabar com o desperdício de comida. Hoje, entre 35% e 40% do que é produzido nos países desenvolvidos não é aproveitado", disse Watson.

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Para o italiano Luca Montanarella, outro coordenador do relatório, é necessário um esforço de comunicação que ajude moradores das áreas urbanas a se reconectarem com a terra que os alimenta. "Esperamos que a solução para problemas como esse venha de fora, mas nós, como consumidores, temos nossa carga de responsabilidade. Estamos dispostos a pagar caro por celulares ou computadores, mas queremos que a comida seja barata. E não percebemos os impactos de nossas escolhas alimentares porque, muitas vezes, eles se manifestam em regiões distantes", disse.


Para os cientistas, a solução do problema requer a integração das agendas agrícola, florestal, energética, hídrica e de infraestrutura e serviços. Isso, por sua vez, necessita de políticas coordenadas entre os diferentes ministérios para, simultaneamente, incentivar práticas mais sustentáveis de produção e de consumo de commodities.

"Implementar as ações adequadas pode transformar a vida de milhões de pessoas no planeta, porém, quanto mais demoramos para agir mais difícil e cara se torna a reversão do problema", afirmou Watson.


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