Um novo escândalo atingiu nesta semana o Superior Tribunal de Justiça (STJ), Corte criada pela Constituição Federal de 1988 para julgar recursos judiciais que não envolvam matéria constitucional.
Filha do decano do STJ, o ministro Antônio de Pádua Ribeiro, a advogada Glória Maria Guimarães de Pádua Ribeiro Portella, de 28 anos, encaminhou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma queixa-crime contra um dos colegas do pai, o ministro Paulo Medina, mineiro de 61 anos, casado e pai de quatro filhos. O assunto provocou uma ''onda de silêncio'' na cúpula do Judiciário em Brasília.
Essa será a primeira vez que o STF analisará uma acusação de assédio sexual, crime punível com pena de um a dois anos de detenção. O Supremo é o tribunal responsável no Brasil por analisar e julgar ações criminais contra autoridades, como ministros do STJ, além de julgar a legalidade de leis e emendas constitucionais.
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Funcionária concursada do STJ desde agosto de 1999, Glória começou a assessorar Medina no gabinete dele em julho de 2001, um mês após a posse do ministro no tribunal. Ela teria deixado o cargo no fim de junho por causa das supostas investidas de Medina.
Os supostos comportamentos estranhos dele teriam começado a ser notados por Glória em fevereiro deste ano. ''Eram olhares pouco usuais, palavras de sentido duplo, insinuações'', relatou na queixa-crime o advogado da assessora, José Gerardo Grossi, que também é ministro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).