Os alunos da Universidade de São Paulo (USP) decidem nesta sexta-feira (01), em assembléia geral, a continuidade da ocupação do prédio da reitoria da instituição, que teve início no último dia 3. Na quinta-feira, o secretário estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Antonio Marrey, condicionou o avanço das negociações entre governo e manifestantes à saída imediata dos estudantes da reitoria.
"Enquanto não houver desocupação da reitoria, não tem mais conversa", disse Marrey logo após uma comissão de 13 representantes de estudantes, funcionários e professores das três universidades estaduais paulistas ter sido recebida no Palácio dos Bandeirantes pelo secretário-adjunto da Casa Civil, Humberto Rodrigues da Silva e pelo secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira.
No Diário Oficial do Estado de São Paulo de de quinta-feira, o governador José Serra publicou um decreto declaratório que reformula cinco decretos anteriormente publicados sobre a educação no estado. O texto dá "interpretação autêntica" a quatro deles (nº 51.636, de 9 de março de 2007; nº 51.471 e 51.473, de 2 de janeiro de 2007; e nº 51.660, de 14 de março de 2007) e altera a redação do decreto que organizava a Secretaria de Ensino Superior (nº 51.461, de 1º de janeiro de 2007). A revogação desses decretos é a principal reivindicação de alunos, professores e funcionários que vêm realizando manifestações nas três universidades estaduais paulistas.
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Em comunicado, os estudantes que ocupam a reitoria da USP afirmaram, na tarde de quinta, que o novo decreto era sinal de que o governo estava dando início a um processo de diálogo. "O governo, através do decreto declaratório, sinalizou que começa a entender a importância da autonomia universitária, legitimando o movimento que, desde o início, denunciava o seu ataque".
Mais tarde, em novo comunicado, os estudantes continuavam a colocar em dúvida a autonomia das universidades, mesmo após o novo decreto. "Serra tentou recuar e afirmar que continua a autonomia, de fato parte das alterações faz muito voltar ao ponto inicial antes dos decretos. No entanto, é necessário questionar esta mesma autonomia, se outro decreto se mantém. Pela Derrubada dos Decretos!".
Durante a tarde, alunos, professores e funcionários das universidades paulistas tentaram realizar um ato em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, para protestar contra os decretos e pedir melhorias no ensino. A polícia impediu que os manifestantes se aproximassem do palácio e permitiu apenas que uma comissão formada por 13 representantes dos manifestantes negociassem a aproximação, negada mais tarde pelas autoridades.
A polícia entrou em conflito com os estudantes que esperavam o desfecho da negociação. Várias vezes, os policiais dispararam gás pimenta na direção dos alunos que tentavam furar o bloqueio. Nenhuma ocorrência mais grave foi registrada. A polícia estima que participaram do ato cerca de 2 mil pessoas, os organizadores dizem que foram 7 mil.