Governo e oposição do Quênia concordaram em seguir um plano de paz para acabar com a violência e a crise política que atingem o país há mais de um mês, anunciou nesta sexta-feira (01) o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan.
"Nós concordamos com uma agenda que cobre tanto questões de curto prazo como de longo prazo", disse Annan, que está no Quênia para intermediar as negociações.
Segundo Annan, representantes do presidente Mwai Kibaki e do líder oposicionista Raila Odinga concordaram em seguir um plano de quatro pontos, incluindo "tomar ação imediata para acabar com a violência" como o primeiro deles.
Uma vez contida a violência, os dois lados passarão a discutir a crise humana desencadeada pelos conflitos - mais de 300 mil pessoas tiveram de abandonar as suas casas - e o impasse político entre governo e oposição.
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"Nós acreditamos que, em (um período de) sete a 15 dias, deveremos atacar os primeiros três pontos, que inclui a resolução da crise política", disse o ex-secretário-geral à imprensa em Nairóbi.
Violência
O quarto ponto previsto no plano reúne questões antigas no Quênia, como o alto índice de desemprego, a pobreza e a necessidade de fazer uma reforma agrária.
Os dois lados teriam concordado que devem parar de fazer declarações irresponsáveis, que as gangues devem ser desarticuladas e que deve voltar a haver liberdade de reunião, mas o documento dá poucos detalhes de como deve ser resolvida a crise política.
Odinga contesta os resultados das eleições de 27 dezembro, que asseguraram a reeleição a Kibaki. O presidente, por sua vez, nega irregularidades.
O acordo foi anunciado em meio a novos episódios de violência, que deixaram 18 mortos nesta sexta-feira.