Apenas 10,7% do total de crianças e adolescentes que moram em abrigos que recebem recursos federais podem ser adotadas.
Este baixo índice foi apresentado no Levantamento Nacional de Abrigos para Crianças e Adolescentes, divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Esta realidade deve-se ao fato de que a grande maioria tem família(87%) e a mãe ainda detém o pátrio poder (a responsabilidade pela criança) devido à morosidade do Judiciário. A análise foi feita à Agência Brasil pela coordenadora geral do projeto, Enid Rocha.
Leia mais:
La Niña ainda pode ocorrer em 2024, mas sem força para reverter aquecimento, diz agência
Polarização é palavra do ano de 2024 para dicionário Merriam-Webster
Olimpíadas e chuvas no Sul dominaram as buscas do Google em 2024
2024 é o ano mais quente da história da humanidade, calcula observatório Copernicus
Ela observou, entretanto, que isso não é negativo, porque a rapidez do Judiciário poderia resultar em injustiça, pois se uma mãe deixou seu filho numa instituição por não ter condições materiais de cuidar, não é justo que perca a destituição do pátrio poder. "O importante é que haja preocupação do Estado e da sociedade de apoiar essa família para que tenha aquele filho de volta. De um lado é ruim, porque a criança está num limbo: não pode ser adotada e não convive com a família", afirmou.
Para Enid Rocha o projeto-de-lei da adoção, que está no Congresso, é muito complicado porque prevê, inclusive, recursos incentivando que famílias adotem crianças que estão nos abrigos, sobretudo as mais velhas e com deficiência física.
"Mas a gente pergunta se não era mais importante, no lugar de subsidiar quem adota, apoiar e subsidiar aquela família que teve que deixar seu filho abandonado numa instituição", disse.
Informações da ABr