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Líder palestino

Arafat ingeriu dose letal de polônio, afirmam peritos

Agência Estado
07 nov 2013 às 15:45

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O histórico líder palestino Yasser Arafat ingeriu uma dose letal de polônio-210 semanas antes de sua morte, nove anos atrás, e as quantidades encontradas em seus restos mortais numa recente exumação descartam a possibilidade de a ingestão ter ocorrido de maneira acidental, confirmaram nesta quinta-feira os peritos suíços responsáveis pela investigação. O período decorrido entre o padecimento e a morte de Arafat também são consistentes com a hipótese de envenenamento pela substância altamente radioativa.

"Ninguém absorve acidental ou voluntariamente uma fonte de polônio. Não se trata de algo que vá aparecer espontaneamente em um ambiente como aquele", disse Patrice Mangin, diretor do centro de medicina forense do Hospital Universitário de Lausanne, Suíça. O ambiente ao qual se refere Mangin é a Muqata, o complexo presidencial palestino, onde Arafat passou mais de dois anos sitiado e isolado pelo exército de Israel até semana antes de morrer.

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Mangin observou que não é possível determinar com exatidão o que causou a morte de Arafat, uma vez que as amostras obtidas durante a exumação realizada no ano passada estavam decompostas demais. "Mas os resultados dão suporte razoável à teoria de envenenamento", disse Fraçois Bochud, diretor do Instituto de Física de Radiação.

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Cientistas sem relação com a exumação e os laudos disseram à Associated Press que o corpo humano não produz espontaneamente o Polonio. Além de estar havia mais de dois anos isolado na Muqata, Arafat "não foi alguém que passava a vida entrando e saindo de usinas nucleares ou trabalhando com isótopos radioativos", comentou Alastair Hay, professor de toxicologia ambiental da Universidade de Leeds.

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Arafat morreu em 11 de novembro de 2004, aos 75 anos. Até poucas semanas antes de sua morte, o exército Israel mantinha o histórico líder palestino sitiado havia mais de dois anos na Muqata, na cidade cisjordaniana de Ramala.


Na noite de 12 de outubro de 2004, Arafat passou mal depois de uma refeição. Diante da náusea, dos vômitos e das dores abdominais, o médico pessoal de Arafat pensou tratar-se inicialmente de uma gripe ou de uma virose. Mas a saúde do histórico líder palestino deteriorou-se rapidamente.

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Em 29 de outubro, Israel permitiu que Arafat deixasse a Muqata para tratar-se num hospital militar em Paris. O quadro clínico de Arafat, no entanto, continuou piorando e alguns dias depois ele entrou em coma irreversível.


Desde então, o fato de os médicos do hospital francês não terem realizado autópsia nem anunciado a causa da morte alimentavam especulações sobre o possível envenenamento de Arafat.

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Líderes palestinos acusaram imediatamente Israel de ter infiltrado alguma substância que envenenou Arafat. Israel até hoje nega envolvimento.


Hoje, a viúva Suha Arafat pediu à Autoridade Nacional Palestina (ANP) que busque a justiça. Em entrevista por telefone de Doha, ela não fez menção explícita a Israel, mas comentou que somente países com capacidade nuclear teriam acesso ao polônio, como é o caso do Estado judeu. "Não posso acusar ninguém", disse ela à Associated Press, "mas está claro que houve um crime e somente países com reatores nucleares podem ter feito isso."

O laudo foi divulgado ontem em primeira mão pela emissora pan-árabe de televisão Al Jazeera. O canal publicou em sua página na internet uma cópia do laudo dos peritos suíços. No documento, os peritos informam que o nível de polônio-210 presente nos restos mortais de Arafat é pelo menos 18 vezes superior ao normal e afirmam com "83% de confiança" que o histórico líder palestino foi envenenado com essa substância. "Os resultados dão suporte moderado à tese de que a morte ocorreu em consequência de envenenamento por Polonio 210", diz um trecho do documento publicado pela emissora.


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