Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Medidas de precaução

Argentina vive explosão de casos de dengue e invasão de mosquitos

Júlia Barbon - Folhapress
22 fev 2024 às 12:08
- Divulgação/Fiocruz
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Nas ruas, as pessoas caminham se dando tapas. Na televisão, repórteres recomendam evitar sair ao entardecer e usar repelentes à prova de suor. Nas farmácias, o produto frequentemente está em falta ou é vendido a preços exorbitantes.


Assim como o Brasil, a Argentina vive uma explosão dos casos de dengue nos últimos meses, somada a uma invasão de mosquitos na Grande Buenos Aires desde o último fim de semana. Uma nuvem preta de pernilongos chegou a ser filmada se aproximando da capital, depois do calor e das chuvas que caíram na região na semana passada.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Especialistas explicam que os invasores são da espécie Psorophora ciliata e não estão associados ao Aedes aegypti, transmissor da dengue, mas o fato contribuiu para acender os alarmes para um possível pico da doença e reforçou as recomendações de uso de repelente e eliminação de focos de água parada.

Leia mais:

Imagem de destaque
Impasse

ByteDance diz que prefere fechar TikTok nos EUA do que vender aplicativo

Imagem de destaque
Ataques políticos

Fala sobre escravidão constrange presidente de Portugal em festa da Revolução dos Cravos

Imagem de destaque
Fase final do concurso

Jovem de Altônia é favorita no Miss Teen Universe 2024 em Punta Cana

Imagem de destaque
Na Dinamarca

Influenciadora viraliza ao reclamar de mau cheiro dos europeus: 'A galera não toma banho'


O país registrou 48.366 casos suspeitos ou confirmados desde agosto de 2023 até o início de fevereiro, segundo o último boletim do Ministério da Saúde local. No mesmo período do ano anterior, as notificações não chegaram nem a mil. Foram contabilizadas 35 mortes até o momento.

Publicidade


"Até semana passada, quem ingressava com febre pedíamos exame, e todos davam positivo. Agora, vamos começar a diagnosticar apenas por nexo epidemiológico [sintomas e histórico do paciente]", diz Daniela Gill, presidente da Sociedade de Infectologia de Rosário, terceira maior cidade da Argentina.


A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta epidemiológico na sexta-feira (16) por um aumento geral da dengue na região das Américas.

Publicidade


No Cone Sul, região que abrange Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, houve um crescimento de 254% na notificação de casos suspeitos nas cinco primeiras semanas do ano, em relação à média dos cinco anos anteriores nesse intervalo. No Brasil, a alta foi de 218%.


Por enquanto, a rede de saúde argentina está dando conta da demanda. A zona mais afetada é a da fronteira com Brasil e Paraguai, como a província de Missiones, onde o governo local começou a expandir na última sexta-feira as chamadas Unidades de Hospitalização Breve nos hospitais.

Publicidade


Imagem
OMS alerta para aumento de casos de sarampo no mundo
A OMS (Organização Mundial da Saúde) voltou a alertar para o aumento de casos de sarampo em todo o mundo. "Estamos extremamente preocupados com o que está acontecendo em relação ao sarampo"


"Nós classificamos os grupos febris como de impacto leve, moderado ou mais severo. As UHBs são para pacientes com impacto moderado, que encontrarão nessas instalações tratamento temporário para o quadro clínico agudo", explicou o diretor de epidemiologia, Javier Ramírez, à imprensa.


As internações são de até seis horas, para que o paciente receba líquidos e tenha pressão arterial e temperatura controladas, que determinarão se é aconselhável que a pessoa vá para casa, por exemplo, e depois volte para repetir o controle em 24 horas.

Publicidade


De acordo com ele, isso faz parte de uma terceira fase do plano de gestão integrada contra a dengue, sendo a primeira fase ações de manejo contra o mosquito, com limpeza em locais com água parada, e a segunda, a busca ativa de pacientes febris no território e a atenção em unidades de saúde.


"Não houve estresse até o momento a nível sanitário, mas como sabemos que a dengue se dá de maneira exponencial, vai haver momentos em que a quantidade de casos vai superar a capacidade operativa", alerta Analía Chumpitaz, diretora de promoção e prevenção da província de Santa Fé.

Publicidade


Ela chama atenção para o momento crítico pelo qual a Argentina está passando, social e economicamente, com a maior inflação interanual do mundo, de 254%. "A situação é mais crítica a respeito dos insumos, dos trabalhadores, e isso obviamente repercute no sistema de atenção, apesar de termos um sistema robusto", diz.


O último boletim epidemiológico indica que os casos que se concentravam na região da fronteira agora começam a se espalhar para baixo: em direção ao Centro do país, que inclui a capital e as províncias de Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé, e ao Noroeste, em locais como Jujuy e Salta. No Sul, os casos ainda são isolados.

Publicidade


As autoridades argentinas destacam que a dengue chegou mais cedo nesta temporada, com um aumento sustentado de notificações desde setembro, e que persistiu mesmo no inverno. A infectologista Daniela Gill também ressalta um crescimento das internações de jovens.


"Só tivemos dois meses sem casos. Estamos indo a um cenário de endemia, como há em toda a região tropical e subtropical, ou seja, com casos todos os meses do ano. Isso, obviamente, devido às mudanças climáticas e às temperaturas cada vez mais altas", afirma a epidemiologista Analía Chumpitaz.


Diferentemente do Brasil, onde 5 milhões de doses da nova vacina contra a dengue estão sendo distribuídas na rede pública, a Argentina e o Paraguai só têm o imunizante na rede privada. O custo é de 70.842 pesos (cerca de R$ 320 na cotação paralela), preço proibitivo para grande parte da população.


Imagem
Paraná anota 8,4 mil novos casos de dengue; Londrina registra óbito pela doença
O informe semanal da dengue, divulgado nesta terça-feira (20) pela Sesa (Secretaria da Saúde do Paraná), registrou 8.414 novos casos, 18.960 notificações e confirmou mais um óbito pela doença no período epidemiológico, monitorado desde 30 de julho.
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade