O diretor do FBI, James Comey, enviou uma carta a membros do Congresso norte-americano dizendo que reabrirá o inquérito sobre o uso de servidores de e-mail privados pela candidata democrata Hillary Clinton quando ela era secretária de Estado (2009-2013).
Segundo Comey, o objetivo da investigação é descobrir se novas mensagens descobertas pela polícia federal dos EUA continham material confidencial. No entanto, ele ressaltou que ainda não sabe quanto tempo será necessário para examinar os e-mails.
As mensagens foram encontradas durante as apurações de um caso sem relação com esse, o que fez o diretor do FBI determinar a realização de "investigações apropriadas". Porém Comey não especificou como e quando esses e-mails foram descobertos, dizendo que isso ocorreu "recentemente".
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Comentaristas políticos norte-americanos ventilaram a hipótese de o novo inquérito ter ligação com os recentes vazamentos de comunicações do Partido Democrata pelo site WikiLeaks, de Julian Assange, e que a Casa Branca imputa ao governo russo.
"Um grande dia da nossa campanha acaba de ficar ainda melhor", escreveu no Twitter Kellyanne Conway, responsável pela campanha do republicano Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos. O próprio candidato disse estar "contente" que o FBI tente "remediar os horríveis erros cometidos" na investigação anterior.
Em junho passado, o órgão havia decidido não incriminar Hillary pelo uso de servidores privados durante o exercício do cargo de secretária de Estado por não ter encontrado provas de que ela e sua equipe quisessem violar a lei.
Contudo, o relatório final da polícia disse que a candidata democrata tinha sido "extremamente negligente". Enquanto liderou a diplomacia norte-americana, Hillary usou servidores privados para enviar mensagens oficiais, impedindo as autoridades de terem acesso aos registros de suas comunicações oficiais, como é de praxe para quem ocupa cargos públicos.
Além disso, os republicanos acusam a democrata de ter colocado a segurança nacional em risco, e Trump já chegou até a pedir a prisão da rival. A reabertura do inquérito pelo FBI pode representar um duro golpe para a campanha de Hillary, faltando pouco mais de dez dias da eleição de 8 de novembro.