Ao menos sete brasileiros morreram em consequência de um ataque de moradores locais em Albina, no norte do Suriname, na véspera do Natal, segundo o relato do padre brasileiro José Vergílio, que visitou o local.
De acordo com o relato do missionário, publicado no site da rádio Katólica, de Paramaribo, capital do Suriname, um grupo de brasileiros foi atacado com machados e facões como represália pelo assassinato de um surinamês, supostamente esfaqueado por um brasileiro após uma briga.
Segundo o padre, a briga começou durante uma festa na qual havia mais de mil pessoas reunidas.
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Os relatos iniciais informaram que um total de 81 brasileiros foram transportados de Albina para Paramaribo, incluindo 14 feridos nos ataques, 7 deles em estado grave.
De acordo com informações do governo surinamês, ao menos 20 mulheres foram estupradas e mais de 120 pessoas tiveram que ser retiradas às pressas da cidade após os ataques contra trabalhadores estrangeiros, que também vitimou imigrantes de origem chinesa.
Segundo o ministro para a Polícia Chandrikapersad Santokhi, os moradores começaram a atacar brasileiros cerca de uma hora após o esfaqueamento de um cidadão surinamês e a violência acabou também se voltando a lojas pertencentes a chineses.
Vários pontos comerciais foram saqueados e queimados.
Investigação
As autoridades do Suriname abriram uma investigação para apurar as circunstâncias do ataque no norte do país.
Segundo Santokhi, vários suspeitos pelo ataque já foram presos. Ele afirmou que "não há justificativa para o que aconteceu".
Membros do Exército e da Polícia foram mobilizados para conter os ataques e saques, pacificando a região.
Albina tem cerca de cinco mil habitantes e é o principal ponto de travessia entre o Suriname e a Guiana Francesa.
Segundo o embaixador do Brasil no Suriname, José Luiz Machado e Costa, a maioria dos cerca de 2 mil brasileiros em Albina se dedicaria ao garimpo.
De acordo com o embaixador, o Itamaraty analisava no sábado o envio de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para enviar suprimentos e para resgatar brasileiros feridos.