A Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), através do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), lançou, nesta quarta-feira (01), uma nova tecnologia na busca de crianças desaparecidas. O projeto Caminho de Volta, idealizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e agora trazido ao Paraná através de uma parceria da Sesp com a USP, vai montar um banco de DNA com as famílias que tiveram crianças desaparecidas para que ele possa auxiliar na busca e identificação das pessoas que são encontradas pela polícia. O Paraná é o primeiro estado do país, depois da implantação em São Paulo, a colocar em prática o projeto.
"Muitas crianças e adolescentes em todo o Brasil são encontrados anos depois dos seus desaparecimentos, mas como estão sem qualquer identificação ou lembrança de onde moravam, fica praticamente impossível a localização da família. Este banco de DNA será essencial para isso. A intenção agora é levar esta idéia para o Conselho Nacional dos Secretários de Segurança Pública do Brasil, para que este projeto seja adotado por todos os estados", disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.
De acordo com Delazari, o trabalho desenvolvido pelo Sicride, com 99% dos casos solucionados, foi determinante para que o Paraná fosse o primeiro estado a ser convidado e colocar em prática o projeto. Hoje, são 20 as crianças que ainda estão desaparecidas no Paraná. Doze destes desaparecimentos foram registrados antes mesmo da criação do Sicride.
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Segundo a doutora da Usp e idealizadora do projeto, Gilka Jorge Figaro Gattas, desde o início do projeto, em São Paulo, já existia o objetivo de levá-lo para outros estados. "A lógica deste trabalho é estar presente em todos os estados para que possamos ter o banco mais completo possível É a concretização de um sonho e uma grande responsabilidade que assumimos", disse.
Já na tarde desta querta-feira, policiais do Sicride fizeram a coleta de amostras de sangue e saliva de pais, irmãos, avós, ou parentes que se dispuseram a comparecer. O material será encaminhado para a o laboratório da Faculdade de Medicina da USP para incrementar o banco de DNA.
Além da alimentação do banco de DNA, o convênio também vai complementar o atendimento psicológico oferecido aos familiares. Um mapa para conhecer as regiões com maior índice de ocorrências e as razões para o desaparecimento de uma criança também será elaborado.