A proposta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de exigir que recintos de uso coletivo - públicos ou privados - disponham de salas exclusivas para o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos e outros produtos derivados do tabaco deve gerar, ainda, muita polêmica. E, justamente, por ser um assunto ''delicado'', a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) defende um debate mais amplo. Dois aspectos, em especial, preocupam os representantes do segmento: a inviabilidade econômica e a discriminação de parcela dos consumidores.
A prorrogação do prazo da consulta pública aberta pela Anvisa, até 31 deste mês, já foi resultado da pressão do setor, assegurou o diretor de Desenvolvimento da Abrasel, Luciano Bartolomeu. ''Queremos que a opinião pública possa se manifestar sobre esse que é um assunto polêmico e delicado'', reforçou.
Segundo Bartolomeu, existem, hoje, no País, cerca de 1 milhão de estabelecimentos - entre bares e restaurantes. Aproximadamente 50 mil deles estão instalados no Paraná. Ele acredita que, para a maioria, seria praticamente impossível adequar seus espaços para criar as salas exclusivas. ''Se não é proibido fumar no País, não se pode proibir o cigarro em ambientes privados'', argumentou.
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Para Bartolomeu essa é uma questão que não pode ser imposta. Ele defende que a implantação ou não das salas deveria ficar a critério do estabelecimento. ''Trata-se de um serviço. Assim como há restaurantes que estão adequando seus cardápios para atender os celíacos (alérgicos a glúten), seria uma opção ter ambientes livres de cigarro'', ponderou.
Segundo ele, o segmento de alimentação fora do lar responde por 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e por 40% do PIB do turismo, além de gerar 6 milhões de empregos diretos. A população paranaense gasta 26% de seu orçamento com alimentação fora do lar, ficando em quinto lugar no ranking entre os estados.
''A proibição do convívio entre consumidores fumantes e não-fumantes impõe um comportamento discriminatório e coloca em risco a viabilidade econômica dos nossos negócios, gerando instabilidade e afetando a geração de novos empregos'', acrescenta o presidente da Abrasel Paraná, José Henrique Carlan.