O Vaticano suspendeu um bispo alemão pelos gastos considerados excessivos e mandou uma mensagem a todo o clero: não vai tolerar ostentação. Nesta quarta-feira, 23, o papa Francisco anunciou que o bispo de Limburg, na Alemanha, Franz-Peter Tebartz-van Elst, deveria ser mantido fora de atividade, depois que gastou 31 milhões de euros (quase R$ 93 milhões) para renovar sua residência oficial.
O papa, desde o primeiro dia de seu mandato, havia deixado claro que queria uma "Igreja pobre para os pobres" e que a função dos religiosos era servir. O bispo Franz-Peter acabou se transformando num primeiro teste para o argentino, que há três dias havia solicitado uma reunião com o alemão e nesta quarta-feira o afastou.
Em nota, o Vaticano apenas indicou que seria "apropriado um período de ausência da diocese". "Uma situação foi criada na qual o bispo não pode mais exercer suas funções episcopais", diz o texto. Em um país onde parte dos impostos dos cidadãos vai para a Igreja, o bispo acabou ganhando notoriedade por seus gastos. Fiéis e ONGs pediram sua demissão depois das revelações de que apenas o banheiro de sua casa teria custado 15 mil euros. Uma mesa para reuniões foi avaliada em ? 25 mil. Uma capela privada também foi erguida, no valor de 2,9 milhões de euros.
Leia mais:
Kate Middleton fala do câncer pela primeira vez
ONU vê militarização de escolas como ameaça ao direito de ensino
Pantone declara 'Mocha Mousse', marrom suave e evocativo, como a cor do ano 2025
Jornalista paranaense é assassinado a tiros no México, diz imprensa local
A extravagância ia além. Numa missão para visitar pobres na Índia, o bispo viajou em primeira classe. Mas foi o fato de ele ter mentido sobre os gastos que convenceu o papa a afastá-lo. Originalmente, a residência deveria ter custado 5,5 milhões de euros. Mas o valor final foi seis vezes maior. Até o governo da chanceler Angela Merkel saudou a decisão, indicando sua "esperança de que isso seja uma resposta aos fiéis, para a confiança das pessoas na Igreja".