Uma missão humanitária para resgatar o oficial do Exército colombiano Pablo Emilio Moncayo, sequestrado há mais de doze anos pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) teve início na manhã desta terça-feira (30) na Colômbia com o auxílio de um helicóptero das Forças Armadas brasileiras.
Moncayo, que está em cativeiro desde 1997, quando tinha 18 anos, é o refém mais antigo das Farc juntamente com o soldado Libio José Martínez Estrada, que ainda permanece sequestrado.
A aeronave brasileira deixou o aeroporto de Florência, capital do Departamento (Estado) de Caquetá, às 11h17 (13h17 em Brasília) levando a bordo a senadora Piedad Córdoba, principal mediadora com a guerrilha, dois integrantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, um membro da Igreja Católica, além de seis militares brasileiros.
Leia mais:
ONU vê militarização de escolas como ameaça ao direito de ensino
Pantone declara 'Mocha Mousse', marrom suave e evocativo, como a cor do ano 2025
Jornalista paranaense é assassinado a tiros no México, diz imprensa local
Time de vôlei dos EUA sofre boicote e atrai polêmica sobre participação de transgêneros em esportes
Os pilotos brasileiros receberão as coordenadas do ponto de resgate somente depois da decolagem. Como foi acordado com as Farc, assim que Moncayo for libertado, a equipe de resgate deve esperar pelo menos uma hora antes de retornar ao aeroporto de Florência.
Este procedimento permitirá que os guerrilheiros que entregarem o refém retornem às suas bases antes que as operações militares do Exército colombiano sejam retomadas.
Resgate
A operação de resgate sofreu atraso de mais de duas horas e esteve a ponto de ser adiada devido ao mau tempo. Pablo Emilio será aguardado no aeroporto de Florência por seu pai, o professor Gustavo Moncayo, e por outros familiares.
O sequestro ganhou notoriedade desde que o professor Moncayo, conhecido como "Caminhante pela Paz", passou a realizar caminhadas dentro e fora da Colômbia com uma corrente presa ao corpo para exigir ações que resultassem na libertação do filho e em uma saída negociada para o conflito que dura mais de seis décadas.
Moncayo disse que hoje será seu filho quem deve tirar as correntes de suas mãos.
Com a libertação de Pablo Emilio Moncayo, uma das mais emblemáticas devido ao tempo em que foi mantido em cativeiro, chega ao fim o processo de libertações unilaterais e incondicionais por parte das Farc que vinham ocorrendo desde o ano passado, quando seis reféns foram soltos.
A partir de agora, as Farc pretendem retomar o diálogo para concretizar um controvertido acordo humanitário que colocaria em liberdade os 22 militares que ainda estão em poder dos rebeldes, em troca da libertação de centenas de guerrilheiros presos.