O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, defendeu nesta segunda-feira (10) que o calendário eleitoral na Venezuela seja confirmado para que o país garanta o "restabelecimento pleno da democracia". Após se encontrar com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, o chanceler brasileiro não descartou uma "avaliação coletiva" da crise venezuelana pelos países do órgão.
"O Brasil apoia o diálogo político nacional, um diálogo que seja inclusivo, leal e eficaz. E que garanta o pleno restabelecimento da democracia, a separação dos poderes e o Estado de Direito. Insistimos na urgência da confirmação do calendário eleitoral. O povo precisa falar, e a voz do povo é um elemento central na solução da crise venezuelana", disse Nunes.
O encontro entre o chanceler brasileiro e o secretário da OEA ocorreu na manhã de hoje no Palácio Itamaraty, em Brasília. Em declaração à imprensa, Aloysio Nunes lembrou que o governo brasileiro tem insistido na oferta de ajuda humanitária ao país vizinho, o que poderia "minorar o sofrimento por que passa o povo venezuelano com a falta de alimentos e de remédios".
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OEA reforça necessidade de eleições
De acordo com Luis Almagro, a redemocratização na Venezuela somente ocorrerá com a entrega do poder ao "verdadeiro soberano, que é o povo". "A única saída da crise institucional e política é com eleições, com um cronograma eleitoral que permita ao povo soberano decidir seu futuro", afirmou.
O secretário-geral da OEA disse ainda que "cada artigo da Carta Democrática Interamericana foi afetado pela situação atual da Venezuela". E citou como exemplos a persistência de presos políticos, a crise humanitária, que segundo ele "tem afetado direitos sociais básicos da população", a falta da separação de poderes e o não reconhecimento da Assembleia Nacional.