Uma nova técnica de identificação de casos de artrite reumatóide, por meio de cintilografia, vem sendo usada com sucesso, há oito meses no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, mais conhecido como Hospital do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A doença auto-imune atinge 3,5% da população, ocorrendo principalmente em mulheres entre 30 e 50 anos e afeta articulações, causando dor, inchaço e perda de movimentos, em alguns casos.
O método, único no mundo, já foi usado em cerca de 60 pacientes e consiste na aplicação intravenosa do reagente 99mTc-OKT3 que possibilita o diagnóstico e o acompanhamento da evolução dos casos por imagem.
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A técnica permite diferenciar a artrite de doenças como a gota e a artrose. A descoberta foi patenteada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no final do ano passado, pelas professoras do Laboratório de Marcação de Células e Moléculas com Radionuclídeos, Bianca Gutfilen e Lea Barbosa Fonseca, e pela doutoranda Flávia Martins, que defenderá tese sobre a questão em 2004. O laboratório é ligado ao Departamento de Radiologia da Faculdade de Medicina da UFRJ.
Flávia desenvolveu a marcação de um anticorpo monoclonal, conhecido como OKT3, com o 99mTc, um material radioativo usado em diversos exames, ao avaliar rejeição em transplante renal. A partir daí, o grupo passou a pesquisar a afinidade do material com essa molécula, em casos de doenças como a artrite. Segundo a professora Bianca Gutfilen, com o patenteamento, o novo reagente poderá ser comercializado mundialmente, e não apenas no Hospital do Fundão, como acontece hoje.